sábado, 10 de dezembro de 2011

O Símbolo Perdido (Dan Brown)

     Após o sucesso obtido pela publicação de Anjos e Demônios e O Código Da Vinci, Dan Brown novamente impressiona seus leitores com uma nova ficção repleta de mistérios e aventuras. Trata-se da terceira saga do professor de simbologia da Universidade de Harvard, Robert Langdon. Desta vez, o tema central de toda a trama envolve a Francomaçonaria.
      Assim como em suas duas primeiras grandes aventuras – a primeira, vivida nos corredores do Vaticano e a segunda no Museu do Louvre, em Paris – novamente o professor Langdon é absorvido por uma névoa de enigmas com soluções urgentes, na tentativa de evitar consequências drásticas. Desta vez o espaço da narrativa é a cidade de Washington (EUA), principalmente o Capitólio dos Estados Unidos.
       Certa manhã, o professor é surpreendido por um convite de seu amigo Peter Solomon, para que vá na noite daquele dia ministrar uma palestra sobre maçonaria no Capitólio. Mesmo sem entender por  quê um membro e grã-mestre da Francomaçonaria havia convidado alguém que não era perito no assunto para tal missão, Langdon não reluta em atender ao convite do amigo. No entanto, sua surpresa é ainda maior quanto, ao chegar na sala de palestras indicada por Peter, não se depara com nada nem ninguém. Ao contrário, Langdon é atingido pela imagem macabra da mão direita de Peter fincada em um objeto no chão, com os dedos formando um sinal maçônico. Toda uma enigmática teia de mistérios deveria ser decifrada a partir de então.
          Na mesma cena do crime, Langdon se encontra com Inoue Sato, chefe do Escritório de Segurança da CIA; Trent Anderson, chefe de polícia; e Warren Bellamy, arquiteto do Capitólio e membro da Francomaçonaria. Langdon soubera que o amigo Peter Solomon fora sequestrado e estava sob o poder de um homem que se autodenominava apenas como Mal'akh. Este por sua vez, tinha em mente planos catastróficos e, além de sacrificar a vida de Peter, planejava também a morte de sua irmã Khaterine Solomon. As ideias fundamentalistas que trazia consigo eram os principais mecanismos que o moviam a isso, além da culpa proveniente de traumas vividos no passado.
         Katherine Solomon era cientista e pesquisadora da área de ciência noética. Conforme tal estudo, o ser humano não se reduziria a um complexo de fenômenos químicos e biológicos, mas também psíquicos. A grande novidade nisso tudo era que Katherine buscava uma forma de provar e mensurar tais fenômenos, o que seria um diferencial científico. Prestes a concluir uma importante etapa de sua pesquisa, as descobertas obtidas até então poderiam ocasionar uma verdadeira revolução, promovendo uma integração na possibilidade de conjugar tanto o que a ciência teoriza, quanto o que as religiões pregam sobre a unificação da dualidade humana em corpo e alma. Seu irmão Peter a incentivara bastante e construíra uma laboratório de alta segurança para seus experimentos. No entanto, o encontro com seu agressor lhes traria trágicas consequências, além de evocar memórias dolorosas como o assassinato de sua mãe.
       Diante do trágico destino que se descortinava, Langdon e Katherine passam a trabalhar juntos na tentativa de encontrar Peter. Por outro lado, os interesses da CIA visavam a segurança nacional, uma vez que Mal'akh possuía um vídeo exibindo líderes mundiais durante uma prática de rituais maçônicos, em simulações de assassinatos e ritos macabros. Entendido fora de contexto, tal vídeo poderia gerar descrédito e consequentemente uma crise moral. A ausência de pistas do criminoso era uma marca que enaltecia a importância do saber histórico de Langdon. Somente a Pirâmide Maçônica que lhe fora confiada por seu amigo poderia fornecer os indícios para a resolução de todo o enigma apresentado. Além do mais, o mistério dos símbolos que encerrava traria à tona um enigma ainda maior: qual era a Palavra Perdida, capaz de promover transformações em escala mundial, caso fosse pronunciada? Desta vez, Langdon passaria por experiências ainda mais provocantes, além de um estado de quase-morte aterrorizante. Seu medo claustrofóbico será um grau de dificuldade a mais para decifrar a chave da Palavra Perdida.
        Fazendo jus à formação acadêmica de seu protagonista, mais uma vez Dan Brown farta o leitor com saberes históricos e informações sobre sociedades secretas seculares. A intrigante característica literária que possui de mesclar traços históricos verídicos com ficção, promove O Símbolo Perdido a um dos grandes clássicos da literatura contemporânea. A natureza da narrativa não é encoberta pela mesma polêmica provocada pelos outros dois best-sellers anteriores, quando ataca diretamente as sólidas estruturas da Igreja Católica. Mesmo assim, Dan Brown consegue contagia mais uma vez com a interessante trama em que Robert Langdon se envolve.

BROWN, Dan. O Símbolo Perdido. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 490 pgs. 

Confira o trailer da adaptação para o cinema com previsão de lançamento em 2012:

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