sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A Arte de fazer Amigos (Roger Horchow / Sally Horchow)



            Como uma área extremamente importante do convívio humano, esse livro trata do tema amizade e, portanto, das questões envolvidas nas relações interpessoais.
            A amizade não é algo natural para todas as pessoas. Há aquelas que começam com um simples cumprimento e logo já estão partilhando pontos importantes de suas vidas, marcando encontros e atividades afins e há aquelas que demoram até mesmo a dar o primeiro passo na arte de conhecer novos amigos. Todavia, qualquer individuo participante de um mínimo da vida em sociedade está sujeito a se envolver com outras pessoas. O grau de interação nesses relacionamentos poderá determinar o surgimento de amizades duradouras ou simples encontros casuais.
            O casal autor desse livro traz uma proposta sistematizada em 70 dicas que visa auxiliar aqueles que desejam fazer novas amizades, manter as antigas e criar laços significativos. Dessa forma, a abordagem teórica que eles apresentam será útil tanto para pessoas que desejam criar novos laços, quanto para aquelas que andam meio esquecidas dos grandes amigos de outrora. Os autores esmiuçam os fatores que propulsionam o encontro com novas pessoas, a manutenção do contato e o resgate da proximidade de velhos amigos. As dicas são distribuídas em capítulos, que se subdividem em pequenas seções onde é apresentada uma pequena reflexão que depois será resumida com uma pequena frase sugestiva, incitando o leitor a tomar alguma atitude simples e prática em sua vida cotidiana. Alguns trechos são enriquecidos com pequenas histórias reais de pessoas que tiveram uma experiência prática semelhante ao que o texto aborda e tal experiência teve reflexos positivos em seus círculos sociais.
            Qualquer amizade duradoura deve ser permeada pelo respeito mútuo, interesses em comum e atividades em conjunto. A reciprocidade também é um fator importante, uma vez que o amigo é alguém capaz de confidenciar emoções e também recepcionar as emoções alheias. Portanto, a vida moderna com sua correria é um entrave perfeito para dificultar a aproximação dos amigos ou mesmo reduzi-la a encontros casuais. As ferramentas da tecnologia podem ser grandes aliadas na tarefa de manter os amigos atualizados sobre as atividades de cada um. Contudo, o encontro virtual jamais deve suprir a necessidade de encontros presenciais, uma vez que a partilha de emoções só é plenamente satisfeita sob os olhares do outro. Por outro lado, entre as dicas dos Horchow, encontra-se um tópico que ensina também a ser capaz de analisar quando uma amizade está se tornando desproveitosa para uma das partes, seja por interesses destoantes, seja por outros fatores. Consequentemente ensina também a necessidade de reconhecer o momento certo para romper com algum amigo que, por algum motivo, deixou de sê-lo.
            A abordagem de Roger e Sally serve tanto para relacionamentos profissionais quanto outros círculos da vida social. As dicas servirão em menor ou maior medida para qualquer um que tenha amigos ou deseje ampliar seu círculo de amizades, servindo também como reflexão para averiguar a qualidade das amizades em detrimento da quantidade de amigos. Envolver-se com outras pessoas é um risco necessário a qualquer crescimento saudável. Portanto, o leitor desse livro simples, fácil e eficaz poderá fazer uma auto-reflexão dos laços significativos que vem criando ao longo de sua vida.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:   Arte de fazer amigos, A
Autoria: Roger Horchow / Sally Horchow
Editora: Sextante
Ano:      2009
Local:    Rio de Janeiro
Gênero: Amizade | Comportamento | Psicologia

terça-feira, 13 de setembro de 2016

The Walking Dead: o caminho para Woodbury (Robert Kirkman / Jay Bonansinga)



            A franquia The Walking Dead é inspirada no seriado homônimo produzido pela AMC. Esse livro é a sequência da história iniciada em The Walking Dead: a ascensão do governador. Trata-se de uma abordagem diversa da série televisiva, embora alguns personagens e lugares sejam comuns ao livro e aos filmes.
            O livro divide-se basicamente em duas partes. Na primeira, com o pandemônio apocalíptico instalado na Geórgia, um grupo de sobreviventes está acampado em uma área, a qual nomearam Cidade de Tendas. Crianças, jovens, adultos e idosos se aglomeram no dia a dia incerto e inexplicável. Contudo, os ataques das hordas de errantes tornam-se sempre mais frequentes e destrutivos, em vista do despreparo do grupo, muito mais atormentado pelo medo do que motivado pelo instinto de sobrevivência. Em um desses ataques, a temerosa Lilly Caul não conseguira salvar a filha do impiedoso Chad Bingham. Tomado pela raiva, Chad atacara violentamente a mulher e, fora morto por Josh Lee Hamilton, que agira em legítima defesa. Como para o grupo, não bastassem os estragos causados pelos ataques dos zumbis, as ameaças dos próprios integrantes eram algo insuportável, todos decidem pelo banimento de Josh. E assim ele parte, acompanhado por Lilly, o beberrão Bob Stookey e o casal de namorados Megan Lafferty (uma garota de vida promíscua) e Scott Moon (um garoto paranoico e drogado).
            Em uma cidade dominada por zumbis, nada tão perigoso quanto ficar vagando à deriva pelas estradas e principalmente pelos ambientes abertos. Tomado pelo pânico o pequeno grupo caminha até que são informados da existência de um lugar chamado Woodbury, no qual as pessoas tinham segurança e meios de subsistência, desde que seguissem algumas regras de convivência. A chegada a Woodbury introduz a segunda parte do livro quando, conhecem uma figura dúbia, mesmo que bastante gentil e acolhedora: o líder local, Philip Blake, a quem todos referiam como Governador. Numa primeira impressão, aquele homem lhes parecera uma figura super geniosa e altruísta, ao reunir homens capazes de manter acesa a chama de esperança em uma vida melhor para os sobreviventes que encontravam aquela pequena comunidade. Bob até mesmo tornara-se um aliado do Governador, trabalhando como um de seus capangas. Contudo, pouco a pouco a personalidade hostil e psicótica daquele homem viria à tona, revelando que aquele lugar na verdade era um caldeirão em ebulição, prestes a explodir.
            Em relação ao primeiro livro da série, esse apresenta um tom bem mais acentuado no que diz respeito à descrição do estado mortal dos corpos, que causam certo nojo. A trama, por outro lado, deixa a desejar, já que é bastante morna em alguns aspectos, permeada por relacionamentos platônicos e meio que apáticos. Isso faz com que alguns acontecimentos sejam previsíveis, estragando a surpresa que todo clima de suspense deve ter. O Governador possui uma personalidade completamente diferente do Brian do primeiro volume e seu talento para a liderança, bem como seus traços sádicos, parecem ter vindo de algum poder sobrenatural. Contudo, o vemos em seu auge, verificável tanto em sua popularidade quanto em seu sadismo. No fim, resta a curiosidade para a continuação no terceiro volume da série.
 
REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Walking Dead, The
Subtítulo:  o caminho para Woodbury
Autoria:     Robert Kirkman / Jay Bonansinga
Editora:     Galera Record
Ano:          2013
Local:        Rio de Janeiro
Edição:      6ª
Série:        The Walking Dead - Livro II
Gênero:     Zumbi | Suspense

Confira o trailer da série lançada em 2010:



sábado, 3 de setembro de 2016

Breve História dos Vikings (Manuel Velasco)

            O livro em questão foi escrito por um fotógrafo e escritor espanhol autor de vários títulos e especialista em história, principalmente história Escandinávia. Em um resumo bastante condensado Manuel Velasco perpassa pelos principais pontos relacionados à cultura, religião, história, escrita e sociedade do povo viking.
            Os vikings foram um povo cuja história durou poucos séculos (do séc. VIII ao XI d.C). Mesmo assim, o legado que deixaram para a humanidade perpassou todas as eras, chegando até os dias atuais como um passado a ser relembrado com orgulho e gratidão.
            A Era Viking iniciou em uma pequena ilha do noroeste da Inglaterra – Lindisfarne – por volta do ano 793, quando um grupo de bárbaros assaltou um monastério cheio de objetos de valor. Nesse episódio já se destaca uma importante característica desse povo o qual era especializado em saques e tomadas de assalto. Consequentemente, semelhante marca espalhava o medo, de forma que os povos se dirigiam aos céus com uma prece famosa: “A furare normannorum liberanos Domine” (da fúria dos homens do norte, livrai-nos Senhor).
            O autor desconstrói uma imagem comumente associada à civilização viking: o uso de chapéus com dois cornos. Talvez, essa associação se deva ao costume que os vikings tinham de sempre trazerem pendurado na cintura um chifre que usavam como recipiente para tomar líquidos. Contudo, não há referências de que esse objeto tenha sido adaptado para um chapéu.
            O livro divide-se em três partes básicas: 1ª) A Era Viking; 2ª) Mitologia Viking; 3ª) Anexos. Manuel Velasco descreve os traços mais significativos desse povo emblemático que entrou para a história como símbolo de valentia e bravura. Interessante observar alguns pontos como as prerrogativas que a mulher possuía na sociedade viking, bem como o respeito, sendo que uma
Embarcação viking no
Museu de Oslo (Noruega)
agressão que provocasse ferimentos seria suficiente para o pedido de divórcio. A atividade agrícola e o artesanato constituem fatores importantes para o desenvolvimento do povo viking. Contudo, o maior destaque são as navegações marítimas, onde os vikings se erguem como especialistas na construção de embarcações. Sua perícia no campo náutico aliado às incursões nos assaltos fizeram com que eles fossem tidos como especialistas na prática de pirataria.
            No que diz respeito à religião, as crenças dos vikings eram povoadas por seres mitológicos, sendo essencialmente uma religiosidade politeísta. Odin era considerado o deus supremo e Thor era invocado como símbolo de proteção. O processo de cristianização da Europa afetou também a civilização viking e sua disseminação, aliada aos diversos conflitos entre ingleses e normandos durantes os séculos XI e XII, contribuíram definitivamente para desintegração da sociedade viking. Desde então, os vikings são lembrados apenas nos livros de história, como também em alguns importantes museus a eles dedicados na Inglaterra, Suécia e Noruega.
            Esse livro é um aperitivo agradável a quem deseja conhecer em linhas gerais uma pequena parte da cultura Escandinávia e da história desse povo tão importante na civilização europeia. A curta existência dos vikings não impediu que espalhassem suas tradições por vários países europeus, de forma que sua expansão se deu ao longo da Península Ibérica, chegando até a Rússia, onde criaram as bases do que viria a se tornar o Império Russo. Com uma expansão de tamanha magnitude para o primeiro milênio da história pós-cristã é possível compreender o temor que reis e camponeses tinham ante a possibilidade de um ataque desse povo ávido por aventuras.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:    Breve História dos Vikings
Autoria:  Manuel Velasco
Editora:  Versal
Ano:       2013
Local:     Rio de Janeiro
Série:     Breve História - Vol. I
Gênero:  História