terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Joanne K. Rowling)



      As revelações trazidas pela profecia fizeram com que Harry Potter recebesse o apelido de "O Eleito" na Escola de Hogwarts. Gozações à parte, o garoto encontrava-se extremamente abatido pela perda do padrinho Sirius Black no ano anterior, algo que poderia ter evitado através dos aprendizados de Oclumência. Na escola, contudo, reinava um clima de insegurança. Com indícios suficientes de que Lorde Voldemort e seus Comensais da Morte estavam à solta, o Ministério da Magia reforçara a segurança dentro e fora dos limites de Hogwarts, além de promover a revista de todos os alunos, quando de sua chegada para mais um ano letivo.
      O novo ano escolar trazia novidades: os garotos poderiam cursar a matéria de "Poções" com o novo professor Horácio Slughorn, o qual Harry conhecera antes mesmo de chegar à escola. Por não possuir o livro necessário para a disciplina, Harry consegue um volume emprestado, o qual continha diversas anotações de um "Príncipe Mestiço" misterioso. Mistérios à parte, Harry consegue suas melhores notas e o apreço do professor nessa matéria, superando até mesmo Hermione, inconformada que o sucesso do amigo perpassasse o teste de poções cujo impacto dos efeitos lhe eram completamente desconhecidos. Por outro lado, a disciplina de Defesa Contra as Artes das Trevas também possuía um novo mestre: Severo Snape. Nessa matéria, Harry encontraria grande dificuldade por estar diante de seu professor mais detestável em Hogwarts.
      Nessa edição, os conflitos amorosos característicos da adolescência também ocupam o dia a dia em Hogwarts. Zombado por Gina, Gui e Hermione, Rony decide iniciar um namoro às pressas com Lilá Brown para provar a todos que não tinha problemas com as garotas. Por outro lado, Harry conserva suas esperanças de que um dia seus sonhos dourados com Gina tornar-se-iam realidade.
      Alvo Dumbledore convoca Harry para reuniões semanais que, segundo ele, eram de extrema importância. Nestas, os dois mergulham na penseira, onde Harry consegue revelações bombásticas sobre a morte de seus pais e a gênese do fenômeno do mal, Lorde Voldemort. Em contrapartida, caberia a Harry também fazer algumas descobertas úteis envolvendo Horácio Slughorn. Ademais, alguns sumiços repentinos de Draco Malfoy intrigavam Harry, uma vez que nem mesmo o Mapa do Maroto era capaz de localizá-lo. Não obstante, um atentado contra a vida de uma garota e, posteriormente contra Rony Weasley colocaria todos em estado de alerta, uma vez que a ameaça parecia não vir somente de fora, como também de dentro.
      Após obter conhecimento sobre as "Horcruxes", Dumbledore decide levar Harry para uma missão perigosa, embora necessária. As horcruxes seriam uma espécie de magia das trevas na qual o bruxo dividiria sua alma em quantas partes desejasse, visando perpetuar sua existência. Lorde Voldemort teria feito isso, de forma que era necessário encontrar todos os objetos que continham as partes de sua alma e destruí-los, a fim de derrotar definitivamente o maior vilão do mundo bruxo. A empreitada quase custara a vida do diretor de Hogwarts, mas, obediente Harry levara a missão até o fim. Todavia, nada se comparava ao que lhes esperava em seu retorno a Hogwarts quando encontrariam a escola invadida pelos terríveis Comensais da Morte. As artimanhas de Malfoy finalmente seriam reveladas, bem como a identidade do Príncipe Mestiço. Porém, um incidente provocaria o assassinato de Alvo Dumbledore, por um dos professores em que mais depositava sua confiança: Severo Snape. A continuidade do funcionamento de Hogwarts no ano seguinte estava ameaçada e a fúria de Harry movia-o a uma nova e mais nobre missão: derrotar definitivamente Lorde Voldemort para honrar a memória do maior diretor de todos os tempos que aquela escola um dia possuíra.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:    Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Autoria:  Joanne K. Rowling
Editora:  Rocco
Ano:       2005
Local:     Rio de Janeiro
Edição:   1ª
Série:     Harry Potter - Livro VI 
Gênero:  Infanto-juvenil | Aventura | Fantasia 

Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2009:


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A Batalha do Apocalipse (Eduardo Spohr)



Em tempos nos quais a literatura fantástica arrasta milhões de fãs com seus personagens sob a aparência de bruxos, vampiros, anões, deuses e heróis, o Brasil pode se orgulhar com essa obra de um autor filho seu. Em um país onde a religiosidade é uma das principais marcas pelo mundo, Eduardo Spohr inova ao criar uma trama envolvendo entidades bíblicas se envolvendo em batalhas épicas. Sem dúvida, a obra não deixa a desejar quando confrontada com as histórias estrangeiras que mais fazem sucesso nos dias atuais.
Dos textos bíblicos, a história usa essencialmente as figuras dos anjos e arcanjos como personagens principais, mas não deixa de fazer referência às histórias mais elementares do texto sagrado, como a criação do universo, a Torre de Babel, o nascimento e morte de Jesus Cristo e, principalmente o anúncio feito no livro do apocalipse.
Os três arcanjos – Miguel, Rafael e Gabriel – ocupam lugar de destaque. Antes da criação do universo, a casta dos arcanjos havia sido concebida pelo Criador para servi-lo e proteger sua criação. Não eram seres dotados dos sentimentos tipicamente humanos, mas o orgulho e a dedicação à sua missão os tornavam soldados valorosos, ainda que inflamados de ciúme pelo tamanho amor que Deus dedicara aos "homens feitos de barro". E assim, Deus criara o mundo e descansara no sétimo dia... E justamente durante a hibernação do Criador (que, por sinal, durara toda a história da humanidade) é que acontecem os fatos que dão corpo àquela que seria a Batalha do Apocalipse.
O arcanjo Miguel era o guardião da sala que dava acesso ao recinto no qual o Criador repousava no plano etéreo onde viviam os celestiais. Contudo, sua mente se pervertera e o orgulho tomara-lhe o coração, de forma que se tornara uma ameaça não só aos habitantes do mundo espiritual como também aos seres humanos, fazendo com que eclodisse uma rebelião no plano etéreo, objetivando destroná-lo. Toda a atividade que acontecia no mundo estava intimamente ligada àquilo que ocorria também no plano espiritual. Todos acreditavam que uma batalha apocalíptica anteciparia o Dia do Acerto de Contas, quando o próprio Deus despertaria de seu sono e, vendo a maldade que se disseminara pelo universo que criara, novamente transformaria sua criação, destruindo todos aqueles que não aprenderam a conviver nela. No entanto, justamente nesse momento, o arcanjo Miguel intencionava tomar finalmente o lugar do altíssimo e submeter todas as castas do céu e do inferno ao seu domínio.
O anjo Ablon era um querubim renegado que fora condenado a vagar pelo mundo por sua rebeldia contra o arcanjo Miguel. Antes Primeiro General do exército celeste e único sobrevivente dos dezoito renegados, vivia agora refugiado no Rio de Janeiro e pressentia os sinais dos tempos, os quais indicavam a proximidade da batalha entre o céu e o inferno, que daria novos rumos à história humana. Em sua trajetória conta com o auxílio de Shamira, cognominada Feiticeira de En-Dor, que fora libertada da prisão de Babel, milhares de anos atrás, e por quem nutria grande afeto. Ablon recebe uma proposta tentadora de Lúcifer, o príncipe dos demônios, para que liderasse suas tropas contra os exércitos de Miguel na Batalha do Armagedom. Mesmo sabendo que anjo caído era sagaz e nada confiável, era a única forma sábia de possuir algum poder para enfrentar o arcanjo perverso e libertar a humanidade de um jugo nunca antes concebido.
O livro talvez suscite mais críticas negativas por parte daqueles leitores mais religiosos. A ideia de que Deus é um ser adormecido enquanto a humanidade segue seu curso é por deveras, inconcebível. Além disso, o sono do altíssimo coloca-o como alguém alheio a tudo o que está ocorrendo, como se nada o perturbasse em seu repouso sagrado. Além do mais, se Deus é o todo-poderoso, porque temer a ameaça de um arcanjo que está em plano inferior à sua grandeza. A obra de Spohr galga trilhas que requerem ligações lógicas entre os fatos, uma vez que é impossível dissociá-la da história bíblica conhecida, tomando-a como simples ficção. Contudo, a riqueza dos personagens e suas antologias povoam o enredo com uma densidade marcante. Tanto é que as páginas finais possuem um glossário para que o leitor não se perca no emaranhado de fatos, personagens e apelidos que a história apresenta.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:        Batalha do Apocalipse, A
Subtítulo:  da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo
Autoria:     Eduardo Spohr
Editora:     Verus
Ano:          2011
Local:        Campinas
Edição:      15ª
Gênero:     Anjos | Ação

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Invencível Homem de Ferro (John Jackson Miller)



         Fazendo uma crítica às falhas dos governos em manter a segurança de seu povo, a ação dos super-herois deixa sempre evidente a incapacidade das forças militares tradicionais de garantir um estado de ordem social. Não obstante, o simples combate ao crime não é páreo àqueles que são dotados de superpoderes, de forma que seus autores inventam inimigos superfortes, a fim de que os heróis possam provar o porquê existem. Rompendo com essa lógica de herói versus vilão, nessa coletânea temos outra abordagem do mundialmente famoso Homem de Ferro.
         A edição reúne os volumes 73 a 78 da revista The Invencibel Iron Man, publicados de dezembro/03 a maio/04. Nos EUA dos tempos contemporâneos, ainda apavorado pelos acontecimentos recentes do 11 de setembro e sob a presidência de ninguém menos do que George W. Bush, o departamento de segurança do Pentágono busca novas estratégias para garantir a segurança nacional. Um vídeo gravado nos campos de batalha exibia um incidente ocorrido com o helicóptero Peregrino na intervenção Al-Khalifa, em que todos os soldados a bordo morreram, mesmo usando roupas especiais resistentes a impactos e altas temperaturas. Era a evidência de que se tinha a necessidade de produzir armaduras mais capazes de suportar os perigos da guerra e somente um homem em todo o planeta detinha o conhecimento da tecnologia necessária para tal empreitada.
         O chefe de gabinete do presidente da república, Stu Conrad, convida Tony Stark, o Homem de Ferro, para ser consultor do Ministério da Defesa, visto que a armadura idealizada por ele poderia vir a ser empregada também nos fronts de guerra contra os terroristas. Por sua vez, Tony desconfiava que alguém infiltrado no Pentágono estivesse utilizando suas patentes para fins nada pacíficos. Para a surpresa de Conrad, o presidente dos EUA indica Stark para o alto cargo de Secretário da Defesa, restando ao Senado aprovar sua nomeação. Stu Conrad achava que Tony não era recomendado para o cargo, por ser alcoólatra, mulherengo e ligado aos fornecedores do Departamento de Defesa, de forma que os senadores dificilmente aprovariam seu nome. Por sua vez, Tony Stark via aquela oportunidade como perfeita para que investigasse Sonny Burch, o subsecretário que revelou suas patentes sob o pretexto de “segurança nacional” e que vinha utilizando as invenções da empresa Stark na indústria bélica.
         O Homem de Ferro conhecia bem os benefícios que sua armadura poderia propiciar, caso fosse usada para o bem, assim como o potencial destrutivo, caso fosse empregada para o mal. Sonny Burch também aspirava ao cargo de Secretário da Defesa e poderia construir uma frota destrutiva se detivesse tamanho poder. O passado de Tony era o maior entrave para que o Senado aprovasse sua nomeação. Com isso, ele tentaria convencer o corpo de senadores a votar a favor, por meio de seu plano para “fazer guerras onde ninguém se machucasse”. A iniciativa era ousada e traria benefícios também para a imagem do país diante do mundo. Contudo, acontecimentos conspiratórios exigiriam do Homem de Ferro demonstrações muito maiores do que boas intenções para se garantir no cargo.
         Embora centrada sobre assuntos políticos e ideológicos, essa coletânea não é desprovida de momentos eletrizantes do Homem de Ferro em ação. Enquanto Tony Stark, o personagem apresenta-se em seu estilo característico intrigante: um playboy milionário e, por vezes, irônico nos momentos de maior seriedade. Seria o Homem de Ferro desse episódio a representação do soldado ideal para assegurar a onipotência norte-americana no combate aos terroristas? Tal reflexão é perfeitamente cabível.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Invencível Homem de Ferro, O
Autoria:     John Jackson Miller
Editora:     Panini Brasil
Ano:          2005
Local:        São Paulo
Edição:      1ª
Gênero:     História em quadrinhos | Aventura

Confira a animação produzida em 2007: