terça-feira, 28 de abril de 2015

A Morte do Superman - Parte 1 (Dan Jurgens)

            Um dos maiores ícones da DC Comics, juntamente com Batman, essa edição história traz eventos jamais previstos para o poderoso habitante do planeta Krypton, que fora enviado à Terra para ser salvo da extinção. O sucesso dessa revista não ficou restrito aos quadrinhos, mas foi retratado também em um jogo para os consoles Mega Drive e Super Nintendo (The Death and Return of Superman em 1994,pela Sunsoft) e um filme de desenho animado (Superman: Domsday em 2007, pela Warner Bros), muito embora este possuia um roteiro totalmente diferente da história em quadrinhos.
            A cidade de Metrópolis vivia tempos de relativa paz e o Superman era aclamado por multidões, graças à campanha da imprensa, impulsionada por sua namorada Lois Lane. Enquanto isso, nos arredores da cidade uma criatura fugia misteriosamente de uma prisão subterrânea em Ohio e dirigia-se para o centro. No caminho, usando desmedidamente sua força incalculável, causava muita destruição pelo Condado Kirby e outras localidades de forma que nem a Liga da Justiça (Fogo, Gelo, Máxima, Besouro Azul, Bloodwynd, Guy Gardner e Gladiador) conseguiu conter seus poderes. Até mesmo Lex Luthor, um dos maiores rivais de Superman, ficou perplexo com a brutalidade daquele ser. Assombrados pela frieza selvagem do monstro e pelo caos que disseminara, os jornalistas passam a chamá-lo Apocalypse.
            Nesse cenário, surge a esperança do mundo que é o Superman. E ele não desaponta em lançar mão de todos os seus superpoderes, atacando a criatura ferozmente. Contudo, a máxima força que utilizava parecia mínima e insuficiente diante de tamanha resistência que Apocalypse possuía, fazendo-o crer que estava frente a um inimigo que de fato desafiava sua força. Mesmo assim, o Homem de Aço continua lutando incessantemente, enquanto a imprensa transmitia tudo em tempo real, com todo o sensacionalismo que lhe é característico. E nesse contexto, o mundo assiste a um Superman esgotado que finalmente consegue derrotar heroicamente o Apocalypse, mas paga com sua própria vida a vitória naquela batalha derradeira.
            Nada atrai tanto a atenção dos fãs quanto ver seu personagem condenado à inexistência. Isso porque, na verdade, é nessas horas em que o personagem dá a conhecer sua outra face, uma vez que uma figura apoteótica, que se consagrou como vitoriosa nas mais diversas batalhas, jamais poderia ser destruída simplesmente no passar de uma página a outra. Há quem diga que os fatos que moveram os criadores de Superman a matá-lo nas edições de 1992, são devidos a uma campanha para novamente disseminar a popularidade do Homem de Aço, que estava em baixa nos anos 80. Verdade ou não, o que fica provado nesse primeiro volume é que não só a kriptonita seria capaz de destruir o Superman, já que um inimigo ainda mais poderoso colocava em risco não só sua carreira heroica em Metrópolis, como também a vida daqueles que tanto amava.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:     Morte do Superman, A - Volume I
Autoria:   Dan Jurgens / Karl Kesel / Jerry Ordway / Louise Simonson / Roger Stern / Gerard Jones
Editora:   Panini Comics
Ano:        2009
Local:      São Paulo
Edição:    
Gênero:   História em quadrinhos | Aventura

Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2007:
 

sábado, 18 de abril de 2015

Marco Antônio & Cleópatra (Allan Massie)

           Em continuação ao primeiro volume da série Os Senhores de Roma, Allan Massie apresenta a sequência de feitos das grandes figuras que marcaram o Império Romano e a história das civilizações. Uma coletânea de ficções históricas romanceadas de valor ímpar para gastar algumas horas adquirindo um duplo benefício: lazer e aprendizado.
            A narração desse livro acontece sob a ótica do próprio Marco Antônio (83-30 a.C.), que a dita a seu secretário Crítias, embora também haja algumas intervenções por parte deste. As conspirações em torno do assassinato do imperador-deus Júlio César abalaram a política do Império Romano. César havia expandido as fronteiras por limites inimagináveis, em batalhas épicas que deixaram o legado de um grande imperador. Com isso, sob aprovação do senado, formou-se o Segundo Triunvirato (43 a.C.), composto por Marco Antônio, Gaio Júlio César Octaviano (Otávio) e Marco Emílio Lépido. A primeira ação dos triúnviros foi a chamada fase de “proscrições”, onde os conspiradores de César foram caçados e mortos, inclusive Cícero, grande opositor de seu governo.
Lépido é uma figura de pouca intervenção no cenário em que se configuraram os acontecimentos. Otávio era filho adotivo de Júlio César e ostentava a alcunha de que seria a encarnação do próprio César, requisitando todos os direitos como imperador subsequente. Por outro lado, Marco Antônio havia sido um general fiel à época do imperador, mas tinha fama de beberrão e homem dado às orgias. Mesmo possuindo gênios totalmente contrários, Otávio e Antônio cultivavam uma amizade profunda, de forma que, visando consagrar uma aliança política, Marco Antônio – que já havia sido casado com Fúlvia - casa-se com Otávia (41-40 a.C.), irmã de Otávio, à época em que foi selado o Pacto de Brundísio (41-40 a.C.). Enquanto Otávio se encarrega de garantir os domínios ao redor de Roma, Marco Antônio parte em defesa dos territórios orientais. Lá conhece a famosa rainha do Egito, Cleópatra, que tivera um filho com César (Cesarion).
No oriente Marco Antônio ansiava por uma união política com Cleópatra, para que pudesse expandir o mapa do Império Romano. Contudo, sua devassidão mistura-se com sua diplomacia de forma que se envolve afetivamente com a rainha. Logo as notícias chegam a Roma, causando a inveja de Otávio, que dissemina a má fama do triúnviro no senado e pelas fronteiras do império, já que a união entre cidadãos romanos e estrangeiros não era permitida.
Durante a campanha da Pártia (36 a.C.), Marco Antônio havia solicitado reforços a Otávio, mas ele negou. Solicitou então à rainha Cleópatra, que condicionou que Antônio deveria ignorar Otávia e casar-se com ela. E assim o fez, acirrando o ódio crescente do irmão de sua ex-esposa e denegrindo sua imagem em Roma. Posteriormente, na conquista do território da Armênia (34 a.C.), Marco Antônio derrota Artavasdes e anexa suas terras a Roma, numa de suas maiores batalhas e mais valentes vitórias. Contudo, as baixas em seu exército foram enormes e, em sua fúria, Otávio estava decidido a recuperar a honra de Roma, derrotando aquele que um dia fora seu amigo. Não bastasse isso, o desprestígio de Marco Antônio ganhava novos adeptos a cada dia, e o saldo negativo em seu comando decaia por traições e dissidências de seus soldados e generais. A derrota era inevitável e restava a Marco Antônio uma escolha: morrer lutando ou proteger sua honra tirando a própria vida. Ocorre então, a Batalha de Ácio (31 a.C.), última entre Marco Antônio e Otávio. No ano seguinte, Marco Antônio suicida-se e, posteriormente, Cleópatra também se mata pela picada de uma serpente.
            Esse segundo volume possui toda a tônica que marca o período romano: conflitos políticos, batalhas épicas, traição, jogo de interesses, homossexualidade, etc.. O autor mais uma vez agrada seu público ao romancear com extrema habilidade esse belo recorte da história mundial, com esmero e dedicação. Mesmo sendo uma história de muitos personagens, o texto não se perde em exaustivas descrições nem se confunde em meio ao emaranhado de cenas. Ao contrário, consagra-se como uma obra lúdica e confiável para conhecer a figura de Marco Antônio e Cleópatra.
 
REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:         Marco Antônio & Cleópatra
Autoria:       Allan Massie
Editora:       Ediouro
Ano:            2001
Local:          Rio de Janeiro
Edição:        2ª
Série:          Senhores de Roma, Os - Livro II
Gênero:       Épico

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Os 300 de Esparta (Frank Miller / Lynn Varley)



             Inicialmente essa graphic novel foi lançada em cinco pequenas edições. Posteriormente, a editora Devir lançou-a em formato widescreen (livro horizontal). Roteirizada por Frank Miller e colorida por Lynn Varley a obra retrata um evento histórico e lendário: a Batalha das Termópilas. A produtora norte-americana Legendary Pictures lançou em 2007 um filme bastante fiel ao enredo da história em quadrinhos.
            O relato acontece em 480 a.C. durante o período das Guerras Greco-pérsicas. Com a expansão do Império Persa em oposição aos interesses comerciais das cidades gregas, o conflito tornou-se inevitável. Os gregos eram cada vez mais oprimidos e frentes de resistência surgiam. Contudo, o exército persa era temido por seu vasto número de soldados, os quais eram conhecidos como Imortais. Mesmo assim, um grupo de 300 soldados espartanos liderados pelo Rei Leônidas resolve marchar rumo ao enfrentamento mais corajoso e cruel de suas vidas. Desde pequenos, os meninos de Esparta eram submetidos a um rigoroso treinamento que lhes aguçava a raiva e o ódio. Aprendiam a enfrentar os perigos das ameaças de animais selvagens, bem como suportar o frio, a fome e o medo. Tudo isso visava provar-lhes a coragem e a resistência.
            Em uma primeira proposta de rendição o rei Xerxes I enviara à Esparta um mensageiro. Leônidas ignorou a oferta assassinando o arauto. Com isso o conflito se instalara. O rei espartano decide então consultar os éforos - sacerdores dos antigos deuses - e esses lhe advertem que respeitasse a Carneia - uma importante festa religiosa em homenagem ao deus Apolo – e desistisse do ataque. Lêonidas vai contra a recomendação e parte com seu pequeno exército rumo ao desfiladeiro das Termópilas (ou Portões de Fogo) sem temer a contra-ofensiva persa que marchava em duas frentes: os exércitos por terra e a frota marítima oferecendo suprimentos. Durante o caminho um grupo de árcades soma-se ao exército grego. O Rei Leônidas intencionava derrotar os persas beneficiando-se da geografia grega, encurralando-os na única passagem que tinham para entrar em seus territórios. Porém, um soldado aleijado de nome Efialtes descarregaria sua raiva por meio de uma traição, já que Leônidas o recusara a juntar-se ao corpo militar, por considerá-lo incapaz de levantar o próprio escudo. A batalha se estenderia por três longos dias e noites, em um evento épico que marcaria a história pela luta da minoria contra a maioria.
            A grande marca dessa graphic novel é o a batalha desigual entre os exércitos grego e persa. Mesmo assim, a ênfase dada ao rigoroso treinamento que os espartanos tinham desde pequenos e sua força brutal durante os combates, criam o clima de suspense necessário para que a narrativa se torne ainda mais emocionante e pincelada de contornos míticos. Um destaque interessante também é a quando Leônidas recomenda que seu capitão Dilios não vá à batalha e sim fique para narrar o conto da vitória de Esparta à posteridade. Com isso, os autores recontam o fato histórico com uma vivacidade tamanha, capaz de fazer com que o leitor se identifique muito com o personagem principal (o rei Leônidas e seus 300 soldados), na esperança de que saiam vencedores da grande guerra pela liberdade. 

FICHA LITERÁRIA
Título:            300 de Esparta, Os
Autoria:          Frank Miller / Lynn Varley
Editora:          Devir
Ano:               2006
Local:             São Paulo
Edição:           1ª
Gênero:          Épico | Guerra

Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2007: