
Viagem ao Centro da Terra é mais uma aventura em que Júlio Verne busca extrapolar os limites conhecidos do planeta e adentrar até onde a ciência (principalmente em sua época, pleno século XIX) ainda não desbravara. Certo dia, o renomado geólogo alemão Otto Lidenbrock entra em sua casa em Hamburgo e começa a conversar com seu sobrinho Axel sobre um manuscrito antigo que havia comprado em um sebo e que muito o intrigara. A obra pertencia a Arne Saknussemm, um sábio alquimista islandês do século XVI que descobriu ser possível chegar ao centro do planeta, percorrendo o caminho de uma cratera do monte Sneffels, na Islândia. No manuscrito, o que mais chamava a atenção do professor eram os caracteres em rúnico, uma língua criada pelos sábios para dificultar a compreensão pelo mundo leigo. Seu sobrinho se demonstrou bastante cético diante da possibilidade, principalmente pelas diversas teorias que demonstravam a impossibilidade de tal expedição. No entanto, ao descobrir o significado da mensagem, Otto Lidenbrock e Axel partem rumo a uma viagem inesquecível, mesmo contra a vontade do sobrinho apaixonado pela noiva Grauben. No caminho se encontram com Hans, um caçador islandês, que os guiaria pelas montanhas.
Com um estoque de mantimentos para alguns dias e instrumentos de precisão escolhidos pelo prof. Lidenbrock, os três aventureiros partem rumo ao centro do globo. Percorrendo as galerias de pedra, desvendam diversos mistérios e se maravilham ante as surpresas encerradas nas entranhas do planeta. A principal preocupação era com a teoria científica segundo a qual a temperatura da terra aumentaria à medida em que se avançaria rumo ao seu núcleo. No entanto, descobrem que o cientista Humphy Davy acertara ao contradizer tal teoria e que Arne Saknussemm de fato atingira o centro do globo, deixando lá a sua assinatura. Mas, apesar da jornada ter se mostrado incrivelmente reveladora, também mostrou que o desconhecido núcleo terrestre era habitado por criaturas nada amigáveis. Além do mais, como os aventureiros reencontrariam o caminho de volta à superfície?
Júlio Verne, homem de seu tempo, com essa obra conseguiu dar asas a imaginação num convite à ciência de desvendar os mistérios das entranhas da terra, de forma que sua obra se tornou um dos grandes clássicos da literatura universal. Por isso, é compreensível a razão do autor ter sido chamado "o pai da ficção científica". Afinal muitas coisas que a ciência mais tarde provou serem possíveis, Júlio Verne já lhes havia atribuído existência no universo de fantasias dos seus livros.
VERNE, Júlio. Viagem ao Centro da Terra. São Paulo: Ática, 1993. 230 pgs.
Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2008:
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