terça-feira, 29 de agosto de 2017

Os Mortos-vivos: sem saída (v. 14) (Robert Kirkman)

A morte de Regina deixara o psicológico de Douglas muito abalado. Cada vez mais o líder da comunidade se conscientizava do seu despreparo para lidar com tamanha catástrofe e liderar pessoas naquele universo hostil. O desconhecido Rick parecia-lhe alguém mais capaz de garantir a paz e segurança, valores cada vez mais significativos principalmente visando o bem dos idosos e crianças. Além do mais, o cotidiano não dava tempo para que os sobreviventes chorassem seus mortos, sendo que cada vez mais hordas de zumbis se acercavam da comunidade.
Outra questão evidente nessa edição são as carências emocionais dos personagens. Mesmo fragilizados pela perda de seus entes mais próximos, a maioria deles não se rende à necessidade de se relacionarem sexualmente com alguém, ainda que isso importe em uma consciência pesada. Afinal, o apocalipse zumbi era um episódio inédito, tanto que derrubava valores socialmente construídos e que já não se mantinham entre quem estava vivo. Os sobreviventes se adaptavam à nova realidade, ainda que seus velhos costumes e preceitos insistissem em ser preservados. Uma nova ordem de moral e ética estava gradativamente sendo constituída, à medida que os atores se adaptavam ao contexto.
Num incidente repentino a cerca se rompera e a comunidade fora invadida por uma manada de mortos. Morgan havia sido mordido e só não se tornou um errante graças à frieza de Michonne com sua espada, decepando o braço ferido do amigo. Contudo, sua recuperação mostrou-se insatisfatória, obrigando Michonne a suportar a perda de mais um de seus amores. Enquanto Rick busca desesperadamente uma solução rápida, Andrea e outros permanecem cercados em uma torre próxima. A solução encontrada por ele novamente era se lambuzar com as vísceras dos zumbis e sair no meio deles, camuflando-se. A princípio parecia que iria funcionar mas, a ansiedade temerosa do garoto Ron faz com que o jovem se torne mais uma vítima a ser devorada pelos famintos mortos-vivos, para desespero de sua mãe, Jessie. A mãe não suportara a perda do filho e também sofrera o mesmo destino trágico dele, por pouco não levando também o filho de Rick para o mesmo infortúnio. Pouco tempo antes, Rick confessara que se fosse necessário escolher entre seu filho Carl e o filho de outra pessoa, não pensaria duas vezes em proteger seu menino. O episódio da morte de Ron e Jessie ilustrara bem essa atitude. Contudo, o já abatido Douglas se lançara em meio aos zumbis para tentar ajudá-los a se salvarem. Com isso, tal atitude desesperada acabara por fazer com que Carl fosse atingido no olho direito por uma bala cuja mira fora pessimamente calculada.
Era o golpe mais doloroso que Rick sofrera desde que acordara no hospital e tomara conhecimento de todo aquele inferno. A morte de Lori já lhe impusera um peso insuportável. Perder seu filho Carl poderia significar o fim de todo o sentido que encontrava em manter a salvo a si mesmo e a seus amigos. O destino da vida de Carl e de parte da existência do próprio Rick estava agora nas mãos da Dra. Cloyd. Por outro lado, as hordas de zumbis se amotinavam cada vez mais, não restando outra alternativa aos duros guerreiros senão se lançarem em uma fúria radical para estraçalharem o maior número de errantes possível.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:      Walking Dead, The
Subtítulo: sem saída (v.14)
Autoria:    Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora:    HQM Editora
Ano:         2014
Local:       São Paulo
Série:       Mortos-vivos, Os - Volume XIV
Gênero:    Zumbi | Suspense | História em quadrinhos

Confira um trecho da série lançada pela AMC:


Nenhum comentário:

Postar um comentário