segunda-feira, 10 de julho de 2017

Eu, Alex Cross (James Patterson)

Alex Cross é um dos personagens que rendeu ao seu ator milhares de livros vendidos pelo mundo todo e as primeiras posições no ranking de mais vendidos dos Estados Unidos. Este livro é parte integrante de uma série que, assim como Private e O Clube das Mulheres contra o Crime fazem com que James Patterson seja um dos mais respeitados autores de romance policial de todos os tempos. Seria ele um substituto à altura dos já aclamados Arthur Conan Doyle e Agatha Christie?
Alex Cross estava comemorando seu aniversário quando recebe uma notícia avassaladora: sua sobrinha, Caroline Cross, fora assassinada de uma forma bárbara e seu corpo fora fragmentado em um triturador de madeira. Mesmo abatido, Alex tomaria o caso para si e receberia o auxílio do amigo detetive Ned Mahoney. Não bastasse o impacto dessa notícia, Alex ainda lidava com outro episódio familiar para aguçar ainda mais sua crise: sua avó, Nana, estava seriamente doente e, por mais que o trabalho requeresse integral dedicação do detetive, ele não abriria mão de cuidar daquela pessoa amada que para ele significava uma parte de si mesmo.
As investigações levam os detetives à descoberta de que Caroline estava envolvida com uma casa de prostituição luxuosa. Blacksmith Farms era um clube privativo para figurões, localizado na Virgínia. A suspeita da ligação do crime com o clube estava no fato de que ela não fora a única vítima a perder a vida no local. Um homem de codinome Zeus era o maior suspeito, mas não havia qualquer pista sobre sua verdadeira identidade e a motivação dos crimes. Por outro lado, o serviço secreto da Casa Branca, sob a supervisão de Dan Cormorant, também se envolvera com o caso. A própria presidente dos Estados Unidos, através do chefe de gabinete, Gabriel Reese, fizera de tudo para que o caso saísse do Departamento de Polícia e passasse para a tutela do FBI, porém as circunstâncias não justificavam tamanha precaução.
Alex Cross chegara a interrogar um funcionário de uma rede televisiva e suspeitava também do senador Marshall Yarrow. Por outro lado, Dan Cormorant, acreditava cada vez mais que Zeus pudesse ser ninguém menos do que Remy Williams, ex-agente do Serviço Secreto. Em meio a esse ínterim, a certeza de que membros do governo pudessem estar ligados aos crimes crescia e as ações do detetive Cross teriam que ser cuidadosamente planejadas. Não somente sua carreira poderia estar em jogo, mas também a integridade de sua família estava em risco, já que sua residência parecia estar sob constante vigilância. No entanto, a preocupação com a saúde debilitada de sua avó talvez seja o fator que mais abalasse o psicológico de Alex. Cada telefonema era atendido com a apreensão de quem não está preparado, mas sabe que uma notícia ruim poderia chegar a qualquer momento.
O estilo narrativo de Patterson é bastante leve, delimitado por capítulos curtos cujos acontecimentos são bem divididos. Contudo, há uma gama de personagens e fatos que exigem bastante atenção, principalmente porque a conspiração é a alma de um bom romance policial. A conciliação do drama familiar vivido por Alex Cross e a maestria no desempenho de seu trabalho demonstra um lado mais humano e o emocional frágil do protagonista da série. Interessante observar que os oponentes de Cross não exploram tal fragilidade, demostrando que o detetive não costuma misturar sua vida pessoal com a profissional. Por outro lado, podemos perguntar se o assassinato da sobrinha de Cross não tinha como objetivo atingi-lo em cheio, ainda que ela não tivesse contato com Caroline há anos. Qual seria a real intenção dos autores do crime?
James Patterson pecou na finalização simplória de outro de seus romances bombásticos: Zoo. Neste, talvez o alto cargo ocupado pelos envolvidos no esquema do assassinato e a gravidade de sua ligação com os membros da Casa Branca fosse o melhor que ele conseguiu para tornar a história impactante e surpreendente. Tamanha expectativa criada durante a narrativa culminam em um Zeus apagado durante toda a trama, de que não se tem muitas informações, mas que, na verdade, é o “cara” do romance. A trama é boa, mas nada que faça ser pomposamente aplaudida de pé...

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:   Eu, Alex Cross
Autoria: James Patterson
Editora: Arqueiro
Ano:      2011
Local:    São Paulo
Série:    Alex Cross
Gênero: Drama | Policial | Suspense

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