quinta-feira, 11 de maio de 2017

Deus e a Cabana: entendendo a presença divina no best-seller de William P. Young (Roger E. Olson)

deus e a cabana          Depois do sucesso obtido pela publicação da obra de William P. Young, Roger E. Olson, PhD e professor de teologia na George W. Truett Theological Seminary, na Baylor University (Waco – Texas), tece sua análise do tema proposto por Young. Mesmo sendo um romance de cunho exclusivamente fictício, A Cabana aborda questões muito próximas daquelas vividas por pessoas que passaram por situações semelhantes: sentimentos de perda, falta de fé, desilusão, tristeza, etc.. Sob uma ótica espiritual e religiosa, remetem à dúvida acerca da existência de Deus: se de fato ele nos ama, por que permite que crianças inocentes sejam assassinadas por maníacos, além de outras atrocidades que acontecem no mundo? Esta e outras questões são investigadas por Olson em Deus e a Cabana, à luz do próprio best-seller de William Young, da tradição bíblica e dos instrumentais da teologia.
          Apesar de lidar com aspectos teológicos como, por exemplo, a essência de Deus expressa em um único ser e três pessoas distintas que, no romance, Young materializa e identifica como Papai, Jesus e Sarayu, Roger Olson tenta deixar claro que o livro não deve ser confrontado com uma teologia nata. O propósito do autor de A Cabana era construir uma história que retratasse a presença de Deus na história dos homens e de um homem em particular: Mackenzie. Em vista disso, ele parte de um terreno mais real, que é fornecido pelo modo de entender Deus na ótica de algumas doutrinas religiosas. Isto não impede de confirmarmos muitos pontos que são abordados no romance, mas a aproximação deve ser cautelosa, já que a materialização de Deus não condiz com o ser com que os que acreditam nele relacionam.
          A análise feita por Olson vem mostrar dois planos de uma mesma realidade: a ação de Deus e a liberdade dos homens. Nesse aspecto se situa o relacionamento de um com o outro. A história de Young busca abordar o mistério do amor de Deus na procura do homem, mesmo quando não evita que ele passe por um sofrimento arrasador.
          Mesmo com uma história de vida marcada pela influência religiosa e dando mostras de que é adepto a uma religião, a análise de Olson não parte dos aspectos doutrinários de alguma igreja. Trata-se de uma visão mais holística do fenômeno da fé e não limitada por dogmas.
          Embora o autor enalteça a engenhosidade do romance de Young, ele também faz algumas críticas e discorda de alguns pontos-de-vista. Uma dessas é o fato de Young ressaltar uma fé muito individualista e nada abordar sobre a dimensão comunitária da mesma. Isto é visto por Olson, como uma falha do autor já que a ideia de que Deus é um ser de relacionamento e de comunhão, está explícita nas linhas do romance e nos diálogos de Mack com a Santíssima Trindade.
          Críticas à parte, Olson que mostrar a importância de se cultivar uma visão de Deus, não a partir de nossos sofrimentos e dores, mas a partir de seu imenso amor e sua capacidade de transformar nossas vidas. É esse o grande milagre da existência, de ter uma vida restaurada pelo perdão e pelo amor.
 
REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:      Deus e a Cabana
Subtítulo: entendendo a presença divina no best-seller de William P. Young
Autoria:    Roger E. Olson
Editora:    Thomas Nelson Brasil
Ano:         2009
Local:       Rio de Janeiro
Gênero:    Espiritualidade | Religião

Confira o trailer da adaptação do filme "A Cabana" para o cinema lançada em 2017:


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