Exaustos pela longa jornada na estrada rumo a Washington e
mais ainda pelo desgaste psicológico ocasionado pelas inúmeras tragédias
vivenciadas, o grupo apoiava-se na esperança de que um fim para aquela dura
travessia ainda fosse possível e que seus esforços alcançassem o resultado
esperado com a revelação de Eugene. Após Carl ter confessado porque matou Ben, o
diálogo entre pai e filho revela o limiar da insanidade naquela nova sociedade
apocalíptica: quando as pessoas perdem a noção de que as mortes que causam é
uma prática ruim, mesmo sabendo agirem em legítima defesa na maioria dos casos.
O grupo parecia ser pouco a pouco tomado por certo delírio, fazendo com que se
confundam em relação aos valores que aprenderam a preservar. A certeza de que
para protegerem aos que amavam era necessário o sacrifício daqueles que se
tornavam ameaça era uma verdade dura de aceitar.
Quando um novo teste no rádio ia ser feito para
averiguar se recebia algum sinal, a farsa de Eugene é revelada: ele não era
nenhum cientista a serviço do governo e a história sobre Washington era apenas
um álibi inventado por sua inteligência para manter-se vivo, já que assim teria
a proteção necessária, incapaz de consegui-la por suas próprias forças. Nesse
contexto, embora a revolta inflame Rick e Abraham no primeiro momento, o escopo
da ida a Washington torna-se agora a busca por comida. Enquanto Rick e Abraham
debatem as novas estratégias, um novo personagem surge. A nova figura é Aaron,
que afirmar provir de um grupo de cerca de 40 pessoas, onde há alimento, segurança
e abrigo. Mesmo ainda apavorados pelos acontecimentos que a população de
Woodbury e o Governador ocasionaram, bem como o susto provocado pelos canibais,
todos decidem seguir junto com ele rumo à misteriosa comunidade. No caminho
encontram seu amigo, Alex, que afirma estar ali unicamente por que agiam em
duplas na procura de novos integrantes. Tudo parece providencial demais...
No caminho o grupo salva dois amigos de Aaron
que estavam em apuros. Depois seguem rumo à cidade misteriosa. É recebido amistosamente
por Douglas Monroe, uma espécie de líder da comunidade, que lhes atribui
tarefas de acordo com suas habilidades, revelando que a cooperação era a chave
de sobrevivência naquela comunidade. O local parece um verdadeiro oásis em meio
ao caos que o mundo se tornara. Por outro lado, aquela sociedade parecia muito
bem organizada, a ponto de gerar certa desconfiança. Acostumados a serem
enganados por grupos que pareciam coesos demais, mas que se revelaram como
verdadeiras quadrilhas de carnificina, Rick e seus companheiros decidem passar
a noite juntos, atentos a cada movimento dos pacíficos moradores.
Embora naquele mundo arruinado a confiança
fosse algo sempre mais difícil de oferecer, os novos habitantes da comunidade
encontram ali alívio para suas tormentas. Ainda que sitiados por muros, pela
primeira vez podem exercer atividades que tinham antes do pandemônio e levar
uma vida, diga-se de passagem, “normal”. Todos alimentavam grandes esperanças
de finalmente poderem iniciar dali a reconstrução de uma sociedade
repentinamente aniquilada. A sociedade daquele lugar era diferente do povo de
Woodbury uma vez que não vivia amedrontada pelo jugo de um líder ditador e sim
pela abertura de um líder disposto ao diálogo quando fosse necessário dirimir
controvérsias. Mesmo assim, a cautela provinda de suas experiências mais
catastróficas dizia a Rick que nada poderia ser aquilo que parecia, de forma
que a precaução nunca era dispensável.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Mortos-vivos, Os
Subtítulo: cercados pelos vivos (v.12)
Autoria: Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora: HQM Editora
Ano: 2013
Local: São Paulo
Série: Mortos-vivos, Os - Volume XII
Gênero: Zumbi | Suspense | História em quadrinhos
Confira um trecho da série lançada pela AMC:
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