segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Invenção de Hugo Cabret (Brian Selznick)


Como uma obra de enaltecimento de um personagem ilustre, em A Invenção de Hugo Cabret o autor busca elogiar o trabalho de Marie-Georges-Jean-Méliès (1861 – 1938) um ilusionista francês que também foi um dos precursores do cinema. Desta forma, embora sua personalidade tenha sido imaginada pelo autor, Brian Selznick cria um romance interessante e prazeroso de ser lido por adultos e jovens, principalmente pela riqueza de ilustrações que contribuem significativamente para a narração da história. A obra também foi adaptada para as telas do cinema em 2011 e venceu vários Oscar.
            Em uma estação de trens de Paris, mais precisamente no ano de 1931, vivia um menino órfão chamado Hugo Cabret. Havia perdido o pai em decorrência de um incêndio no sótão do museu em que trabalhava consertando relógios e outros objetos. De sua família restara somente um tio alcoólatra, Claude, que fora encontrado morto pouco tempo depois, como um indigente. Claude era o responsável pelo relógio da estação de trem, zelando para que não atrasasse. Hugo aprendera o ofício com o tio e, após sua morte, continuou a exercê-lo com dedicação, de forma que jamais qualquer pessoa desconfiou da morte do verdadeiro relojoeiro, nem mesmo o inspetor da estação.
            Embora sozinho no mundo, Hugo tinha um companheiro: um autômato que fora encontrado no prédio do museu. O sonho de Hugo era consertá-lo e descobrir a mensagem que seria escrita, mesmo duvidando que aquilo lhe pudesse trazer grandes surpresas. Para isso, valia-se de um caderno com figuras do passo a passo de montagem do autômato. Tudo era questão de encaixar corretamente centenas de engrenagens e peças que o constituíam e depois acioná-lo com uma chave. Contudo, Hugo não tinha todas as peças e nem sequer a chave, de forma que, muitas vezes roubava aquilo que pensava pudesse ser útil no empreendimento.
            Uma das maiores vítimas do garoto era o Sr. Méliès, dono de uma Loja de Brinquedos na estação. Contudo, em uma das investidas, o garoto fora surpreendido pelo comerciante que lhe roubou o caderno, prometendo queimá-lo. Tudo estaria acabado caso isso acontecesse. Seguindo o velho até sua casa, Hugo conheceu a sobrinha dele, Isabelle, que, mesmo desconfiada frente à insistência do garoto em ter o caderno de volta, prometera-lhe recuperá-lo, sob a condição de que lhe revelasse o conteúdo. Hugo aceita e, mesmo desconfiado, revela-lhe também seu esconderijo e a estranha figura do autômato: um homem sentado a uma mesa. Quando os garotos finalmente conseguem as peças necessárias para que funcionasse, o homem mecânico ilustra sua mensagem em uma folha em branco, deixando-os ainda mais assustados: não era um texto e sim um quadro assinado por Georges Méliès. Diante disso, muitas revelações vêm à tona e acabam por resgatar a obra famosa de um grande artista até então escondido.
            A aventura vivida pelas duas crianças recupera o encanto dos primórdios do cinema. O estilo narrativo de textos intercalados com imagens simula uma película cinematográfica, conferindo mais criatividade e dinâmica ao enredo. A parte em que Etienne, um garoto que trabalhava no cinema, leva Hugo e Isabelle para assistirem a uma sessão, encanta pelo vislumbramento nos olhos das crianças ao presenciarem a magia daquele universo imaginário, retratado em uma única cena: um trem que parte de uma estação e parece quase saltar da tela em direção ao público. A obra também traz imagens de obras importantes de Georges Méliès como: A chegada de um trem a La Ciotat (1895), Uma Viagem à Lua (1902) e A Relojoaria (1931). Enfim, o desfecho deixa a bonita lição dos talentos que não devem ser escondidos, mas compartilhados para outras pessoas se beneficiem do belo universo imaginários de que somos dotados.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:        Transforme seu Medo
Subtítulo:   impulsos espirituais
Autoria:      Anselm Grün
Editora:      Vozes
Ano:            2008
Local:          Petrópolis
Edição:        1ª
Gênero:      Espiritualidade

Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2012:

 

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