terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Mundo Perdido (Michael Crichton)


         Adaptado para o cinema por Steven Spielberg em 1997, Mundo Perdido é a continuação do que ocasionou a criação do Parque Jurássico, retratada na primeira obra Parque dos Dinossauros. Afinal, aquele que teria sido um empreendimento inédito e revolucionário, de fato fora tido como arquivo-morto após os terríveis acontecimentos na ilha de Hammond?
        Seis anos haviam passado desde que ocorreram as tragédias em Isla Nublar, na Costa Rica, no verão de 1989, e que culminaram na ruína da empresa de engenharia genética InGen. Os sobreviventes guardavam silêncio de tudo o que haviam assistido e as autoridades provocaram a queima de arquivo daquilo que restara, a fim de que a humanidade não viesse a temer a disseminação das perigosas criaturas. Porém, especulações eram espalhadas, de que dinossauros ainda viviam na região chamada pelos nativos de Las Cinco Muertes, o que era improvável, já que todos haviam sido destruídos pelas forças de segurança. Richard Levine, um professor e pesquisador obstinado que acreditava piamente em tais especulações, resolvera investigar. Após um incidente em que perdera o assistente Diego, Levine confirmou a existência dos dinossauros e organizou uma expedição para estudar seus hábitos de vida.
        Ian Malcolm era um matemático e teórico que fora testemunha ocular dos desastres ocorridos em Isla Nublar. Cético em relação às descobertas de Levine, resolvera ceder às importunações desse e integrar a expedição que iria à ilha. Completavam a equipe: Thorne, professor universitário e chefe do grupo desenvolvedor da tecnologia aplicada nos trailers Explorer, encomendados por Levine na exploração do parque; Ed James, mecânico e membro da equipe de Thorne; Dra. Sarah Harding, bióloga que realizava um estudo de campo com predadores em Seronera (Tanzânia) e amiga pessoal de Malcolm. Mais tarde, duas crianças, os irmãos Arby e Kelly, seriam descobertos escondidos nos trailers e também integrariam a comitiva, mesmo diante das reprimendas de Levine.
        Outra equipe também partiria rumo à ilha, porém com interesses opostos. Lewis Dodgson havia participado na conspiração que dera origem ao desastre de 1989. Seu objetivo agora era capturar ovos diretamente dos ninhos dos animais, visando criá-los em um parque temático continental. Auxiliar-lhe-iam nessa tarefa, os comparsas George Baselton e Howard King.
        Ao chegarem a Isla Sorna, os exploradores logo se surpreendem com o primeiro mistério da InGen. Hammond havia usado a ideia de Isla Nublar como um Parque Jurássico aberto à visitação turística, como um álibi para ocultar os verdadeiros experimentos com dinossauros que vinham sendo feitos em Isla Sorna, no local chamado de "Sítio B". Ali os dinossauros eram criados soltos, sem nenhuma espécie de cerca ou proteção, de forma que a natureza os permitisse adaptarem-se numa cadeia ecológica perfeitamente harmônica e auto-sustentável. Levine e sua equipe constataram que o experimento com as criaturas extintas há milhares de anos obtivera pleno êxito, recriando uma espécie de "mundo perdido". Contudo, a presença de seres humanos nesse ecossistema representaria um fator de desequilíbrio, principalmente ao invadir o território dos ninhos e das crias dos animais. As equipes de Levine e Dodgson veriam irromper toda a brutalidade dos instintos dos animais que sentiam a perpetuação de sua prole ameaçada. O maior desafio seria escapar com vida da temível ira dos animais.
        Quem acompanhou a primeira obra, verá que esta segunda apresenta um enredo promissor, porém menos impactante. As explanações teóricas, análises de dados de computadores e abordagens sobre engenharia genética dão lugar à uma maior narração dos fatos. O roteiro do filme também apresenta grande distância do enredo da obra propriamente dito, embora possa levar maior emoção ao telespectador do que ao leitor. Fica a cargo de cada um a tarefa de julgar criticamente a obra, segundo o conteúdo que mais lhe agrade. Porém, a riqueza da contribuição da mesma para o gênero ficção científica dispensa comentários.


REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Mundo Perdido
Autoria:     Michael Crichton
Editora:     Rocco
Ano:          1996
Local:        Rio de Janeiro
Edição:     
Gênero:     Ficção científica | Suspense

Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 1997: 

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