A
fama dos livros de Joanne K. Rowling e sua disseminação entre os fãs do bruxo
mais famoso da literatura contemporânea encerram segredos em suas entrelinhas.
Afinal, em que a autora teria se baseado para criar todo o universo mágico do
mundo de Harry Potter? Embora esse livro não tenha contado com a aprovação de
Rowling e da Warner Brothers, David Colbert faz uma leitura muito interessante
dos diversos elementos presentes na série e suas remissões a mitos, lendas e
contos.
O
imaginário de um autor nunca é totalmente original ao criar uma história de
sucesso, especialmente aquela que consagrou Joanne K. Rowling como uma das mais
influentes autoras do público juvenil. O que o autor desse livro propõe é dar
pistas e fazer comparações entre as criaturas mágicas, nomes, personagens e
enredo a partir dos quais o mundo de Harry Potter surge com aquelas já
consagradas pela história e mitologia das várias civilizações do ocidente e
oriente.
Inicialmente
a saga se constrói sob um tema muito abordado na literatura e história de todos
os tempos: a bruxaria. A esse tema se aliam outros semelhantes como a alquimia e
a invocação das forças sobrenaturais e os poderes obtidos por meio da manipulação
de elementos da natureza. Para criar seus personagens com originalidade,
Rowling teria se baseado em outros bruxos e feiticeiros como aqueles provenientes
de autores famosos como Shakespeare, Flaubert, Dickens, Ovídio e Tolkien. O
mesmo acontece com seus personagens. Afinal, não seria mera coincidência que o
famoso diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, fosse descrito com uma fisionomia e
modos muito parecidos aos de personagens famosos como Merlin (Rei Arthur) e Gandalf (O Senhor dos Aneis).
Em
relação às criaturas mágicas, algumas apresentam traços muito peculiares de seu
próprio imaginário, mas todas surgem a partir de outras figuras mitológicas. É
o que acontece com o unicórnio, os duendes, os hipogrifos, os dragões, os
centauros e os grifos, todos eles presentes em diversos contos consagrados da
literatura inglesa.
Os
nomes também conservam características peculiares da autora. O nome de Draco
Malfoy, por exemplo, faz referência à dragão, uma criatura mítica a que todos
os viventes temiam. O mesmo acontece com o feitiço Avada Kedavra o qual nada mais é do que uma construção desenvolvida
a partir da consagrada invocação abracadabra.
Uma
ideia bastante original é o jogo de quadribol em suas regras. Contudo, a
utilização das vassouras voadoras não é nenhuma novidade, uma vez que as bruxas
dos contos infantis já eram conhecidas por sua capacidade de enfeitiçar objetos
domésticos que lhe seriam úteis. Uma boa representação é o próprio cotidiano da
mãe de Rony, quando usa a magia a todo o momento na execução de tarefas
próprias do ambiente de casa.
A
partir das pinceladas acima é possível concluir que o universo mágico de Harry Potter recria elementos e figuras dos contos relatados desde muitas décadas. O
que o autor desse livro objetiva é fazer um elogio à criatividade de Joanne
Rowling em mesclar tantos contos famosos em uma história fascinante que encanta
multidões leitores juvenis e adultos. Desse modo, mergulhar em um dos livros da
saga Harry Potter torna-se muito mais
do que mera distração literária e sim uma viagem através de lendas, contos e
mitos parodiados em uma história envolvente e misteriosa.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Mundo Mágico de Harry Potter, O
Subtítulo: mitos, lendas e histórias fascinantes
Autoria: David Colbert
Editora: Sextante
Ano: 2001
Local: Rio de Janeiro
Gênero: Curiosidades | Livros
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