Consagrado
como o gladiador mais famoso de todos os tempos, Spartacus teve sua história
imortalizada e, frequentemente, recontada nas mais diversas artes: cinema,
literatura, poesia, música, teatro, etc.. Seus
feitos contam a história da resistência da minoria oprimida frente ao poder
político opressor.
Spartacus
era originário da Trácia e servira por dez anos no exército romano, onde
adquiriu grande experiência em batalha. Após sua deserção, retornou a sua terra
natal e, ao tentar defender a sacerdotisa Ariadne dos ataques ciumentos do Rei
Kotys, ambos foram feitos prisioneiros. Spartacus havia se tornado um escravo e
fora vendido para um lanista (treinador de gladiadores) no território de Cápua.
Para que Ariadne não ficasse sujeita a um novo ataque de Kotys, ambos forjaram a
história de que eram casados, de forma que pudessem seguir viagem juntos, ainda
que escravos.
O
ludo (escola de gladiadores) no qual Spartacus servia estava sob a tutela de
Phortis. A covardia, brutalidade e barbaridade eram as maiores companheiras dos
gladiadores que conviviam com a certeza de que poderiam ser fatalmente feridos
a qualquer momento. A única forma de conseguir a liberdade era após anos de
vitórias e lutas sangrentas, o que significava ser praticamente impossível
escapar ileso. Enquanto isso, os proprietários se enriqueciam organizando munus, combates entre gladiadores promovidos
pelos políticos, a fim de desviar a atenção do povo de suas reais necessidades
e aumentar a popularidade dos governantes. Em um desses, patrocinado pelo
senador Crassus, Spartacus fora escalado para uma batalha que poderia por fim a
todos os seus sonhos de vingança. Contudo, o trácio consegue provar seu valor
em uma vitória heroica e impressionante.
Mesmo
sabendo dos riscos aos quais estaria expondo a si e a seus companheiros,
Spartacus resolve organizar uma fuga do ludo. Para isso deveria contar com o
apoio da maioria dos líderes das diversas nacionalidades que ali conviviam, uma
vez que seria uma fuga em massa. Dentre esses, os mais irredutíveis seriam os
gauleses, principalmente Oenomaus, Castus, Gannicus e Crixus. Spartacus
contaria com o importante apoio de Carbo, um jovem romano cujos vislumbramento
como as batalhas o fizera se tornar um auctorato (cidadão romano livre que se
oferece para tornar-se um gladiador). O plano estava combinado mas um traidor
revelara-o aos donos do ludo. Nesse episódio, uma carnificina acontece, porém
os escravos conseguem a sonhada liberdade e Spartacus consegue fugir com mais
de setenta deles.
A
liberdade alcançada pelos escravos não significava tranquilidade. O senado
romano enviaria diversas tropas para calar aquela rebelião e Spartacus
precisaria manter o grupo unido e coeso, além de treiná-los bem para a
resistência. Com isso, o livro se desenvolve em várias outras batalhas que
demonstram o combate entre oprimidos e opressores. As divindades são
frequentemente invocadas por Spartacus (o Grande Cavaleiro) e Ariadne
(Dionísio) trazendo o aspecto religioso e imanente daquela jornada. O autor
também aborda os conflitos internos que aconteciam entre os escravos, sendo que
o episódio envolvendo Crixus e a amante de Carbo – Chloris – é um dos mais
revoltantes.
Nesse
contexto de honra e glória Spartacus prova o porquê tornou seu nome
imortalizado na história. O livro é muito bem construído e desenvolvido,
deixando muito clara a evolução preocupante que aquele motim provocara nos
poderes políticos. Uma verdadeira odisseia de um guerreiro que não renunciou à
sua liberdade e desafiou perigosamente o poder de Roma.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Spartacus
Subtítulo: o gladiador
Autoria: Ben Kane
Editora: Agir
Ano: 2014
Local: Rio de Janeiro
Série: Spartacus - Vol. I
Gênero: Drama | Épico
Confira o trailer da série produzida pela Starz:
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