A
primeira versão de Guerra Civil
surgiu com os quadrinhos de Mark Millar e Steve MacNiven em 2006. Desta feita,
a história é contada em estilo de prosa, sem muitas inovações em relação ao que
os autores citados fizeram. O escopo continuou sendo o embate discordante entre
super-heróis, protagonizado por Capitão América e Homem de Ferro. Embora também
destaque essa luta de titãs, o filme lançado em 2016 conserva um enredo bastante
diferente da história contada nas mídias quadrinizadas e escritas.
Um
incidente provocado pelos “Novos Vingadores” em Stanford durante a gravação de
um reality show havia causado a morte
de centenas de civis. Com isso, o governo decretou a Lei de Registro de
Super-humanos (LRS), amplamente apoiada por Tony Stark. Deste modo, todos os
super-heróis deviam se registrar e o uso de seus poderes seria limitado ou
condicionado a certas situações que o exigissem, mediante autorização do
governo norte-americano. Aqueles que não se registrassem ou que desobedecessem
à lei, seriam enquadrados na chamada Zona Negativa, uma prisão extraterrestre
criada pela Stark Enterprises, visando encarcerar todos os super-vilões. O
acesso a tal prisão se daria pelo Edifício Baxter, que possuía um portal para a
Zona Negativa.
Tony
Stark e a S.H.I.E.L.D trabalhavam juntos na LRS. Se para o Homem de Ferro
aquela lei era fruto de um controle há muito necessário, para seu antigo
aliado, Capitão América, era fruto de mais uma tentativa do governo em
manipular situações, criando um exército de super-funcionários públicos a seu
dispor. O certo era que super-vilões não levariam em conta a existência de tal
lei. Aguardar autorização governamental para agir seria o mesmo que assumir o
risco de que milhares de vidas fossem dizimadas antes de decidir a respeito do
potencial de uma real ameaça. Em consequência disso, a rivalidade entre Homem
de Ferro e Capitão América tornou-se cada vez mais acirrada e ganhou adeptos
tanto de um lado quanto de outro. Homem-Aranha, Quarteto-fantástico e X-men são
outros super-heróis que se postam em um dos lados para combater os abusos e
desrespeitos que vinham sendo articulados.
O
episódio em que um clone defeituoso de Thor, criado por Tony Stark, ceifou a
vida de Bill Foster (Golias) deixou claro a fragilidade dos empreendimentos da
Stark Enterprises. A partir disso, a lei que deveria ser um mecanismo de
segurança nacional revela-se como uma verdadeira centelha para um embate de
super-heróis nunca antes visto na história. A comunidade mutante se dividia de
um lado e de outro, prestes a iniciar um conflito sem precedentes.
Cada
mídia possui seus traços peculiares que ora esclarecem, ora dificultam numa
melhor compreensão da história. Essa versão contada em prosa permite que o
leitor tenha maior acesso aos detalhes narrativo-descritivos e compreenda
melhor o contexto no qual os conflitos surgem ou se resolvem. Por outro lado,
uma vez que as histórias dos super-heróis da Marvel possuem raízes nas
histórias em quadrinhos, caberá ao leitor forçar a imaginação para construir os
personagens ou mesmo pesquisar para entender como se vestem, quais são seus
poderes, qual a sua gênese. Neste ponto, o livro talvez soe como continuação de
outra história, uma vez que, eventualmente, parece fazer remissão a
acontecimentos pretéritos, dando ao leitor a impressão de que precisava ter
lido um volume anterior para compreender o desenrolar da história, ainda que
seja um enredo isolado, sem relação com outras histórias.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Guerra Civil
Subtítulo: uma história do universo Marvel
Autoria: Stuart Moore
Editora: Novo Século Editora
Ano: 2014
Local: Barueri
Série: Série Marvel
Gênero: Aventura
Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2016:
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