sábado, 2 de março de 2013

Gladiador (Dewey Gram)

         "O general que se tornou um escravo.
O escravo que se tornou um gladiador.
O gladiador que insultou um imperador."

        Uma história bonita é aquela digna de ser contada. E a história desse pequeno livro prova essa afirmação com verdadeira reverência. Um livro simples, breve e cuja função principal é contribuir para o aprendizado da língua inglesa. Porém, a história escolhida não passaria tão simplória assim. Trata-se de um grande sucesso do cinema lançado em 2000, com roteiro de David Franzoni, John Logan e William Nicholson.
        No ano de 180 D.C., o poder de Roma se estendia dos desertos africanos às fronteiras do norte da Inglaterra. Por volta de ¼ da população mundial vivia sob o reinado de César e o império era temido e respeitado. Marcus Aurelius era o imperador e, a seu serviço, estava Maximus Decimus Meridius, um fazendeiro que se tornara general do exército romano e gozava de grande prestígio. A maior ambição de Maximus era pelo dia em que seria dispensado pelo imperador, a fim de que pudesse voltar ao lar e viver na companhia da esposa e do filho no cultivo dos campos de trigo. Esse dia estava próximo, faltando apenas uma última batalha contra a Germânia, com que Roma vinha guerreando há 20 anos.
        Contudo, o apreço filial de Marcus Aurelius por Maximus adiaria o sonho. O general fora convidado pelo imperador para que o substituísse na ocasião de sua morte, até que o Senado instaurasse a república de Roma. Marcus Aurelius tinha um filho, Commodus, mas sua natureza cruel, ciumenta e arrogante o impedia ter as verdadeiras virtudes para governar. Commodus era fascinado por jogos de arena e ansiava pelo dia em que sucederia o pai. Com isso, desgostoso e traído pela notícia, num abraço mortal ele assassina secretamente o pai, cuja saúde já estava debilitada, mandando também sua esquadra liderada por Quintus, levar Maximus para fora da cidade e matá-lo, como também sua esposa e filho. Era o início de um anseio por vingança voraz.
        Os membros do Senado, Gaius e Gracchus, apresentaram ao jovem imperador as necessidades e petições mais urgentes do povo romano. No entanto, alheio a tudo isso, Commodus decretara a realização de 150 dias de jogos no Coliseu, em uma manobra para que o povo tivesse o foco desviado de seus reais problemas através da diversão e o imperador atraísse fama para si. Tais jogos consistiam em duelos sangrentos em que soldados, escravos, gladiadores e herois batalhavam até a morte, em lutas cujas temáticas celebravam as grandes vitórias de Roma nas batalhas ao longo da história.
        Multidões de homens famintos se jubilavam durante os jogos e se punham avidamente atentos, aguardando o golpe de misericórdia desferido brutalmente sobre os derrotados. As competições eram manipuladas de forma que vencesse aqueles de maior renome entre os participantes. Numa dessas batalhas, o imperador vira sua honra duramente afrontada quando, ao olhar cara a cara com um gladiador que lutava bravamente, reconhecera o próprio general Maximus. Este, conseguira escapar da emboscada que fora armada quando Marcus Aurelius morrera e, desfalecido, havia sido capturado, vendido como escravo e recrutado como gladiador na Escola de Aelius Proximo. No Coliseu, a luta pela vida de Maximus ia muito além da mera sobrevivência: tornara-se um ideal existencial para aproveitar a melhor oportunidade, quando se vingaria do imperador toda a dor que lhe causara. A multidão ia à loucura com seus insultos silenciosos a César e o ovacionava chamando-o de "Espanhol". No entanto, tamanha coragem trazia um aperto ao coração de Lucilla, irmã de Commodus, que sentia amor pelo ex-general e se angustiava sabendo do que Commodus era capaz em sua crueldade. A vida de Maximus era cada vez mais incerta, e sua morte se tornaria o maior espetáculo que o Coliseu de Roma algum dia teria recebido.
        A história do filme recontada por Dewey Gram é perfeita. Extremamente fiel ao roteiro, o autor soube unir duas características que traduzem a mais pura mensagem da produção: ser sucinto e, ao mesmo tempo, transmitir toda a emoção que o filme proporciona. É mais uma razão que enaltece o porquê essa superprodução cinematográfica foi indicada a 12 Óscars e venceu 5, no ano seguinte ao seu lançamento.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:   Gladiador
Autoria: Dewey Gram
Editora: Person Education Limited
Ano:      2001
Local:    Harlow
Gênero: Épico | Guerra | Drama | Didático
 
Confira o trailer produção cinematográfica lançada em 2000:

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