sexta-feira, 6 de novembro de 2015

The Walking Dead: momentos de calmaria (v.7) (Robert Kirkman)



Imersos no caos do apocalipse zumbi, o grupo da prisão vivencia tempos de calmaria. Lori recorda momentos vividos com o falecido Shane, antes do aparecimento de Rick no acampamento próximo a Atlanta; Gleen e Maggie casam-se em uma cerimônia improvisada e presidida por Hershel; todos se divertem em descontraídos jogos de basquete durante o dia e filmes pela noite.
            A escassez de recursos traz uma nova ideia ao grupo: encontrar o lugar chamado Estação da Guarda Nacional, onde provavelmente os capangas de Woodbury teriam pegado o forte arsenal de que dispunham. E assim, parte do grupo (Michonne, Gleen, Maggie, Tyreese e Axel) segue em busca de novos armamentos. Lá não só encontram o que precisavam, como também detonam o local a fim de impedir que o grupo rival aumentasse seu arsenal de armas. Contudo, enquanto retornavam, resolvem saquear um supermercado Wal-Mart e são surpreendidos pelos capangas do Governador. Mesmo passando um susto quando Gleen é baleado no peito (que estava protegido por um colete) os aventureiros conseguem eliminar todos os capangas e se põem de volta à prisão.
            Nela as coisas não são as melhores. Lori entra em trabalho de parto e, numa tentativa desesperada para manter o gerador funcionando, Billy se descuida e Dale é mordido no tornozelo por um errante. A situação não é mais trágica porque conseguem amputar o pé, antes que a infecção se espalhe. E assim, o grupo alcança mais uma vitória com o nascimento de Judith.
            Um treinamento de tiro em campo aberto é o cenário onde novamente o tema da religiosidade vem à tona. Enquanto Maggie mostra-se estritamente cética quanto aos ensinamentos bíblicos, confrontados com a dura realidade que enfrentam, seu pai Hershel reafirma o crescimento de sua fé, mesmo sem entender qual a melhor interpretação dos fatos deva ser dada, à luz dos ensinamentos da Bíblia.
            Quase dois meses já haviam transcorrido desde a fuga de Woodbury e tudo estava aparentemente calmo, sem nenhuma perda nesse período. No entanto, um dos membros carregava silenciosamente consigo sua angústia. Carol, que já havia tentado suicídio uma vez, consumaria seu trágico desejo ao se entregar a uma errante capturada para que Alice pudesse fazer alguns exames médicos.
            Levando-se em consideração o terror de todo o universo da série Os Mortos-vivos, em relação aos últimos volumes, esse traz uma tônica bastante leve, mesmo com os episódios terríveis que acontecem. O grupo que já havia passado por crises de desentendimentos, perdas irreparáveis, fome, frio e terror, agora lida com uma ameaça silenciosa e não menos cruel. Afinal, o Governador certamente iria promover sua revanche. E tão prolongada quietude poderia significar a necessidade de precauções para um poder de fogo arrasador que estaria por vir. Uma visão mais realista dos fatos permite uma crítica, no que tange aos sentimentos em relação à dor. O pé amputado de Dale, por exemplo, apresenta uma recuperação recorde, como se o personagem tivesse sofrido tanto quanto se houvesse perdido uma unha. Outro ponto diz respeito às reações sentimentais do grupo. Tudo é assimilado de forma muito rápida e pouco comovente. Após tantos volumes de perdas e arrasamentos emocionais, talvez seja importante que os autores frisassem também a questão psicológica dos personagens.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:      Walking Dead, The
Subtítulo: momentos de calmaria (v.7)
Autoria:    Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora:    HQM Editora
Ano:         2006
Local:       São Paulo
Edição:     1ª
Série:       Mortos-vivos, Os - Volume VII 
Gênero:    Zumbi | Suspense | História em quadrinhos

Confira um trecho da série lançada pela AMC:

 

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