Viver
a dois requer um ato de reflexão contínua no sentido de conciliar as diferenças
e fazer com que as semelhanças sejam um fator de união na relação. Porém, mesmo
que o casal tenha um excelente jogo de cintura na integração das
características de ambos, vem à tona a questão: será que nosso romance vai dar
certo? Visando fornecer elementos que contribuam para uma resposta a essa
questão, a obra de Allan e Bárbara Pease, especialistas nas áreas de
relacionamento humano e linguagem corporal, traz um manual completo,
principalmente para jovens casais. Trata-se de uma bateria de mais de 20 testes
e questionários compostos a partir de dois outros best-sellers dos autores: Por que os homens fazem sexo e as mulheresfazem amor? e Por que os homens mentem e as mulheres choram?
Embora a
modernidade tente cada vez mais pregar a igualdade entre os sexos, não resta
dúvida que homens e mulheres são dois universos completamente diferentes. Na área
da comunicação, por exemplo, as raízes do comportamento primitivo explicam a
necessidade biológica das mulheres em falar tanto, enquanto os homens são mais
calados. Isto porque o homem ia à caça, sendo portanto, importante exercitar o
silêncio e a atenção. Por outro lado, as mulheres ficavam em casa cuidando dos
filhos e conversando com as outras mulheres quando se reuniam. Isso tangencia
também a razão pela qual, quando estão sob pressão, as mulheres falam sem parar
e os homens agem sem pensar. Daí a necessidade daquelas de algum que as escute
e destes de ficarem sós.
Se
por um lado as mulheres se destacam na arte da comunicação, a habilidade
espacial é algo mais desenvolvido nos homens. Daí a explicação para eles
possuírem maior facilidade em dirigir, traçar rotas e interpretar mapas. Enquanto
a tarefa de dirigir para mulher consiste em se deslocar com segurança de um
ponto A para um ponto B, para o homem é uma prática que exercita toda a
habilidade espacial de que dispõe.
Biologicamente,
o homem é um ser promíscuo e, para a mulher, monogamia é questão de segurança. Visto
por essa ótica, o casamento para o homem é uma limitação do impulso sexual e
para a mulher, uma demonstração pública de que é amada. Em relação ao sexo, os
homens são como um "forno a gás": sexo é uma preliminar para
revelarem seus sentimentos. Por outro lado, as mulheres são como um "forno
elétrico": sexo é consequência de emoções correspondidas. Além do mais, o
fato de o homem ir fazer algo após a relação, revela sua necessidade de
recuperar o autocontrole temporariamente perdido. Para a mulher, no entanto,
satisfaz a sensação de sentir-se "nas nuvens".
No
que tange à mentira, os autores classificam-na em 4 tipos: mentira leve,
mentira benéfica, mentira maldosa e mentira enganosa. Homens e mulheres mentem
na mesma proporção. Todavia, eles mentem para parecerem bem diante dos outros e
elas para agradar aos outros. Para além disso, o aguçado sentido feminino na
percepção das variações na linguagem corporal e na entonação da voz, faz com
que percebam uma mentira mais facilmente.
O
livro analisa ainda a relação com as sogras, constatando, em geral, que há
maiores divergências quando a relação é entre a esposa e a mãe do marido.
Os
testes trazidos pela obra baseiam-se em comportamentos e atitudes comuns à
maioria dos casais modernos e abordam situações efêmeras do cotidiano. São questionários
para serem, em sua maioria, respondidos a dois, visando uma comparação das
respostas e uma verificação do nível de conhecimento um do outro. Uma aferição
qualitativa desse nível permitirá uma melhor dinâmica de ação nos pontos de
(des)equilíbrio da relação e maior clareza na dúvida primordial: será que a
gente combina?
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Será que a gente combina?
Autoria: Allan Pease / Barbara Pease
Editora: Sextante
Ano: 2006
Local: Rio de Janeiro
Edição: 1ª
Gênero: Comportamento
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