O
livro em questão foi escrito por um fotógrafo e escritor espanhol autor de
vários títulos e especialista em história, principalmente história Escandinávia.
Em um resumo bastante condensado Manuel Velasco perpassa pelos principais pontos
relacionados à cultura, religião, história, escrita e sociedade do povo viking.
Os
vikings foram um povo cuja história durou poucos séculos (do séc. VIII ao XI
d.C). Mesmo assim, o legado que deixaram para a humanidade perpassou todas as
eras, chegando até os dias atuais como um passado a ser relembrado com orgulho
e gratidão.
A
Era Viking iniciou em uma pequena ilha do noroeste da Inglaterra – Lindisfarne –
por volta do ano 793, quando um grupo de bárbaros assaltou um monastério cheio de
objetos de valor. Nesse episódio já se destaca uma importante característica
desse povo o qual era especializado em saques e tomadas de assalto. Consequentemente,
semelhante marca espalhava o medo, de forma que os povos se dirigiam aos céus
com uma prece famosa: “A furare
normannorum liberanos Domine” (da fúria dos homens do norte, livrai-nos Senhor).
O
autor desconstrói uma imagem comumente associada à civilização viking: o uso de
chapéus com dois cornos. Talvez, essa associação se deva ao costume que os vikings
tinham de sempre trazerem pendurado na cintura um chifre que usavam como
recipiente para tomar líquidos. Contudo, não há referências de que esse objeto
tenha sido adaptado para um chapéu.
O
livro divide-se em três partes básicas: 1ª) A Era Viking; 2ª) Mitologia Viking;
3ª) Anexos. Manuel Velasco descreve os traços mais significativos desse povo
emblemático que entrou para a história como símbolo de valentia e bravura.
Interessante observar alguns pontos como as prerrogativas que a mulher possuía na
sociedade viking, bem como o respeito, sendo que uma
agressão que provocasse
ferimentos seria suficiente para o pedido de divórcio. A atividade agrícola e o
artesanato constituem fatores importantes para o desenvolvimento do povo
viking. Contudo, o maior destaque são as navegações marítimas, onde os vikings
se erguem como especialistas na construção de embarcações. Sua perícia no campo
náutico aliado às incursões nos assaltos fizeram com que eles fossem tidos como
especialistas na prática de pirataria.
Embarcação viking no Museu de Oslo (Noruega) |
No
que diz respeito à religião, as crenças dos vikings eram povoadas por seres
mitológicos, sendo essencialmente uma religiosidade politeísta. Odin era
considerado o deus supremo e Thor era invocado como símbolo de proteção. O
processo de cristianização da Europa afetou também a civilização viking e sua
disseminação, aliada aos diversos conflitos entre ingleses e normandos durantes
os séculos XI e XII, contribuíram definitivamente para desintegração da
sociedade viking. Desde então, os vikings são lembrados apenas nos livros de
história, como também em alguns importantes museus a eles dedicados na
Inglaterra, Suécia e Noruega.
Esse
livro é um aperitivo agradável a quem deseja conhecer em linhas gerais uma
pequena parte da cultura Escandinávia e da história desse povo tão importante
na civilização europeia. A curta existência dos vikings não impediu que
espalhassem suas tradições por vários países europeus, de forma que sua
expansão se deu ao longo da Península Ibérica, chegando até a Rússia, onde
criaram as bases do que viria a se tornar o Império Russo. Com uma expansão de
tamanha magnitude para o primeiro milênio da história pós-cristã é possível
compreender o temor que reis e camponeses tinham ante a possibilidade de um
ataque desse povo ávido por aventuras.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Breve História dos Vikings
Autoria: Manuel Velasco
Editora: Versal
Ano: 2013
Local: Rio de Janeiro
Série: Breve História - Vol. I
Gênero: História
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