Esse
livro dá continuidade à saga do personagem retratado no livro anterior: O Primeiro Mandamento. Agora Scot
Harvath é um ex-agente do serviço secreto dos Estados Unidos e namorado de
Tracy Hastings, técnico em desarmamento de explosivos e ex-agente da Marinha. Numa
manhã em que estavam em Paris, a explosão de um carro-bomba forçou Scot a
retomar sua antiga vida de espionagem e contra-terrorismo. Desta vez, o assunto
em jogo era a religião islamita, já que a investigação que lhe fora incumbida
poderia transformar de vez o islamismo em uma religião totalmente diferente
daquela contemporaneamente difundida.
Harvath
havia livrado o professor Anthony Nichols de morrer no atentado. Nichols trabalhava
na Universidade da Virgínia e fora convocado pelo presidente dos Estados
Unidos, Jack Ruthledge, para ir em busca das pesquisas e descobertas feita por
um ex-presidente do mesmo país: Thomas Jefferson. Especialista na vida do
ex-presidente, Nichols estava à procura de um antigo exemplar da obra
mundialmente famosa Dom Quixote,
usada por Jefferson. Tal obra conteria escritos significativos, os quais
poderiam dar nova interpretação aos ensinamentos do Alcorão, contradizendo
incisivamente os conceitos fundamentalistas que apregoam o fanatismo extremista
dos muçulmanos. Nesse contexto, não só a CIA é envolvida, como também outras
organizações norte-americanas que se autoproclamam ativistas no movimento de
por fim ao preconceito do islã nos EUA mas que, na verdade, visam impor seus
preceitos doutrinários entre os norte-americanos.
A
simples hipótese de ver difundida uma nova ideia dos ensinamentos islâmicos é
suficiente para que os militantes da religião busquem a queima de arquivo do
professor. Uma figura perigosa seria uma peça importante para que o extremismo
alcançasse sua meta: Matthew Dodd. Também ex-agente da CIA, Dodd havia forjado
a própria morte e desaparecido depois de se converter ao islamismo. Dado como
morto pela agência de inteligência norte-americana, ele agora reapareceria para
defender ao extremo as raízes de sua crença. Fora responsável pelo atentado em
Paris.
Não seria absurdo dizer que
esse livro representa para o islã aquilo que O Código da Vinci (Dan Brown) representou para o catolicismo: a
desconstrução do pilar de uma doutrina milenarmente difundida. Não obstante,
essa obra não obteve tamanho sucesso e difusão quanto aquela, mas foi digna de
receber o título de melhor suspense do ano pela International Thriller
Association. O Oriente Médio também não a viu com bons olhos, ao passo que
alguns críticos consideraram que a vida de Brad Thor poderia estar ameaçada,
uma vez que grandes líderes muçulmanos a consideraram islamofóbica e
demonizadora do islã e do povo muçulmano. Por outro lado, talvez ela traga os
holofotes para o lado pacifista do Islã, cujos adeptos compreendem a essência
dos ensinamentos do profeta e são capazes de viverem tolerantemente sua
religião, sem a necessidade de levar ao extremo do terror as suas práticas.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Último Patriota, O
Autoria: Brad Thor
Editora: Sextante
Ano: 2010
Local: Rio de Janeiro
Gênero: Suspense | Islamismo