segunda-feira, 28 de abril de 2014

Seja Líder de Si Mesmo: o maior desafio do ser humano (Jorge Augusto Cury)

seja lider de si mesmo          Jorge Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta e escritor. Autor de diversos livros sobre a Inteligência Multifocal, dirige a Academia de Inteligência, um instituto de pesquisa sobre o tema e formação para professores, psicólogos e outros profissionais. Seus livros já foram publicados em mais de quarenta países.
          A imagem do teatro e da vida como um espetáculo é o esqueleto o qual o autor reveste sua análise da psique humana. Basicamente duas figuras principais apresentam-se como o ponto-de-vista: o espectador, aquele que se encontra na plateia e acompanha de uma forma passiva tudo o que se passa no palco; o protagonista, ou ator principal, que faz o espetáculo acontecer, surpreendendo a todos que o assistem. A partir dessa construção, o autor convida cada leitor a realizar uma viagem para dentro de si, uma vez que em sua opinião, a evolução tecno-científica ensinou ao homem fazer viagens interestelares, mas ele ainda sente grande dificuldade para viajar dentro de si.
          As imagens do espectador e do protagonista são imagens das posturas que cada pessoa assume, fazendo-a identificar-se com um ou outro personagem. Há pessoas que deixam a vida simplesmente acontecer, vivem à mercê dos traumas, fobias, medos e inseguranças que foram desenvolvendo ao longo de suas histórias; exaltam as virtudes de outros sem reconhecerem as próprias; simplesmente aplaudem de suas "zonas de conforto" enquanto outros encaminham decisões que elas mesmas deveriam tomar. Tais pessoas vivem na plateia. Por outro lado, há pessoas que assumem o papel principal de suas vidas; são autoras de suas histórias e co-autoras das histórias de outros; sabem o que fazem, por quê fazem e como devem fazê-lo porque sabem onde querem chegar; possuem o equilíbrio entre os momentos de tensão e as ocasiões de glórias, sem se perderem; são capazes de assumir decisões importantes e abraçar as implicações das mesmas; a vida para elas é um espetáculo agradável de viver. Tais pessoas vivem no palco e são protagonistas de suas histórias.
          Na visão de Cury, na sociedade atual, todos são treinados para serem espectadores passivos na plateia de suas vidas. Isso se contrapõe a outra visão, na qual cada se humano é convidado a assumir o roteiro da própria vida, o que para o autor significa: "refazer caminhos, reconhecer erros e aprender a deixar de ser aprisionado pelos pensamentos e emoções doentias" (p. 21). Para isso, Cury sugere algumas técnicas psicológicas para ser líder de si mesmo. A primeira é reeditar a memória, de forma que, sem apagar lembranças doentias ou traumáticas possa inserir experiências agradáveis e prazerosas em seu lugar. Tal técnica é praticada por meio da técnica do DCD (duvidar, criticar, determinar), de forma que a pessoa se torne mais ativa e menos passiva diante do que vive. Em segundo lugar vem as janelas paralelas da memória, de forma que para cada janela doentia que alguém venha abrir, abra-se também uma janela saudável que lhe garanta um autocontrole. Tal técnica é complementada pela mesa-redonda do eu, que consiste em reservar um tempo diário para se dedicar exclusivamente a uma auto-reflexão, debatendo problemas, dificuldades, crises e perdas enfrentados, na perspectiva de traçar novos caminhos que orientem o futuro.
          Somente quem cativa a própria vida e assume as rédeas da própria história torna-se capaz de lidar com as emoções e liderar a própria existência. Por ser essencial, é um grande desafio. No entanto, somente quem é líder de si mesmo sabe para onde governa a sua história e compreende toda a carga de sentido que ela tem.
 
CURY, Jorge Augusto. Seja Líder de Si Mesmo: o maior desafio do ser humano. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 128 pgs.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

The Walking Dead: segurança atrás das grades (Robert Kirkman)


            A descoberta feita pelo grupo parecia ser o melhor acontecimento durante aqueles dias de terror e pânico. Nada como ter um local cercado e bem protegido para que pudessem se abrigar e ficarem livres do apetite destrutivo dos mortos-vivos. Contudo, o lado de dentro da prisão estava repleto de zumbis e poderia até mesmo ser mais perigoso do que o lado de fora. Mesmo assim, Rick, Tyreese e Andrea desbravam o território para eliminar todas as ameaças. Embora não tivesse sido fácil, essa tarefa é concluída com sucesso mas, o que havia dentro da cafeteria os deixou muito espantados.
            Como se nada estivesse acontecendo fora daquele espaço, quatro prisioneiros - Dexter, Andrew, Axel e Thomas Richards - estavam tranquilamente a uma mesa. Dexter tranquiliza Rick dizendo que não são perigosos e o convida para conhecer os outros ambientes da prisão. Nessa ronda, descobrem que os Blocos A e B estavam infestados de zumbis e somente o Bloco C parecia um lugar menos perigoso para que se instalassem. Para Lori, no entanto, a desconfiança permanecia, principalmente por saber que um dos detentos estava ali pelo crime de assassinato. Dúvidas à parte, Rick decide voltar à fazenda de Hershel para avisá-los sobre aquele local seguro. Convencido, o fazendeiro decide se mudar com sua família para lá.
            Em outro plano, Julie e Chris estão cansados de serem tratados com tamanha vigilância pelo pai da menina. Após transarem em um dos cômodos da prisão, decidem suicidar, para que morram juntos e felizes. Todavia, Chris atira primeiro e mata a namorada, assustando a todos e deixando Tyreese aflito. A menina se transforma e Chris atira novamente, fazendo com que Tyreese o estrangule de raiva. Rick se admira que os jovens tenham se transformado mesmo sem terem sido mordidos e, às escondidas, decide voltar ao local onde Shane fora sepultado. Enquanto isso, Maggie e Gleen cortam o cabelo num salão que encontraram no presídio. Depois, Tyreese e outros membros decidem "limpar" outro ambiente que estava repleto de zumbis. Contudo, durante a operação, Tyreese é cercado por um grupo de errantes e desaparece em meio a eles.
            Vendo que todos estavam ocupados, Hershel decide procurar suas filhas mais novas, Rachel e Susie. Ao adentrar na barbearia, espanta-se com a visão das crianças decapitadas. Ao tomarem conhecimento do fato, o grupo desconfia de Dexter e o prende em uma cela. Rick retorna e Gleen o informa sobre os ocorridos. Rick deseja ver o corpo de Tyreese e, ao abrirem a porta, o veem sentado no chão, sem nenhuma mordida. Andrea vai à lavanderia quando é abordada por Thomas Richards. Quando ia gritar, Thomas ameaça cortar sua garganta. Mesmo assim, Andrea consegue escapar e Rick detém Thomas. Estando prestes a matá-lo, Lori o impede, mas Rick decide que o iria enforcar para a segurança de todos. Enquanto isso, Andrew conversa com Dexter e depois vai a outro pavilhão buscar armamento. Patrícia sente pena de Thomas e tenta soltá-lo. Porém, ele a ataca e Maggie o mata. Dexter traz o armamento e expulsa Rick e seu grupo da prisão para que as coisas não piorem.

REFERÊNCIA LITERÁRIA

Título:       Walking Dead, The
Subtítulo:  segurança atrás das grades
Autoria:     Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora:     HQM Editora
Ano:          2006
Local:        São Paulo
Edição:     
Série:        Mortos-vivos, Os - Volume III
Gênero:    Zumbi | Suspense | História em quadrinhos

Confira um making off da série televisiva lançada pela AMC Television:

  

  

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria (Luiz Carlos Susin)

jesus filho de deus e filho de maria 001          Frei Luiz Carlos Susin nasceu na cidade de Caxias do Sul (RS) no ano de 1949. Na Ordem dos Frades Capuchinhos, onde ingressou em 1968, estudou filosofia e teologia e doutorou-se nessa segunda pela Universidade Gregoriana de Roma em 1983. Compartilhou os frutos de seu conhecimento em diversas atividades pastorais e institutos como a Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana e o Instituto de Teologia da PUC-RS, ambos em Porto Alegre. Também contribuiu com o curso de teologia e espiritualidade da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o Instituto de Teologia Pastoral do CELAM e o Instituto de Espiritualidade do Ateneu Antoniano de Roma. Dentre suas obras estão: O Homem Messiânico – uma Introdução ao Pensamento de Emmanuel Lévinas; Moral Emergente; Assim na Terra como no Céu; Aqui se conta – história de Nossa Senhora de Guadalupe.
          Como uma das personalidades mais intrigantes da história da humanidade, a figura de Jesus Cristo sempre foi alvo de admiração e contemplação, principalmente por aqueles que o veem como um baluarte para suas vidas. Porém, por diversos momentos dessa mesma história a divindade de Cristo foi superposta sobre a sua humanidade, de forma que ele fosse anunciado como um ser muito superior em sua essência, mesmo que revestido de carne frágil e corruptível. No enredo de sua obra, o autor busca contar a mesma história desse Jesus, já narrada pelos evangelistas e por diversos outros autores cristãos. No entanto, aqui se busca a conciliação da humanidade e divindade de Jesus, como se fossem dois planos indivisíveis e inseparáveis de uma mesma essência.
          Deus feito homem por sua encarnação no ventre de Maria, a vida do homem Jesus não foi vivida como se devesse ser superprotegida por algum fenômeno divino sobrenatural. Ele viveu como qualquer outro homem, sem nenhuma marca que permitisse sua imediata distinção perante as outras pessoas, por ser Deus feito homem. A índole de sua prática enquanto filho de Abraão e portanto, também judeu, é o que ocasionou suspeitas e discordâncias entre os mais entendidos da religião de seu tempo. Jesus viveu o judaísmo fazendo jus a sua missão como Messias esperado, bem como tentando purificar uma prática religiosa que aprendera a valorizar mais as expressões exteriores do que o cerne da mensagem: a vida do ser humano, em todas as suas dimensões. Desta forma, Jesus não hesitou em ser contrário à lei má interpretada quando a cultura de sua sociedade marginalizava os preferidos de Deus: pobres, endemoninhados, prostitutas, cobradores de impostos, doentes e leprosos. Foi por ensinar a ver Deus pelas feridas do próximo que Jesus foi perseguido, julgado, crucificado e morto. Porém, foi também por ser fiel à mensagem do Reino que ele ressuscitou e encorajou os discípulos a disseminarem sua palavra de salvação por onde fossem.
          Frei Luiz Carlos opta por uma análise da conciliação entre a pregação e os sentimentos de Jesus, enquanto Deus encarnado em corpo mortal e corruptível. Mesmo narrando sua vida no estilo literário de um ensaio, opta por ocultar exegeses aprofundadas para dar lugar a uma atitude mais contemplativa de Cristo. Desta forma, atinge seu objetivo de apresentar uma história vivida em meio a tantas outras, mas que modificou a raiz de todo o sofrimento, transformando-o em caminho de salvação.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria
Autoria:     Luiz Carlos Susin
Editora:     Paulinas
Ano:          1997
Local:        São Paulo
Edição:     
Gênero:     Cristianismo | Espiritualidade