sábado, 28 de janeiro de 2012

O que faz o brasil, Brasil? (Roberto Damatta)

o que faz o brasil brasil          Roberto Augusto da Matta nasceu em Niterói em 1936. Foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de Notre Dame (EUA). No Rio de Janeiro, dirigiu o programa de pós-graduação em Antropologia Social e foi chefe do Departamento de Antropologia. Importante sociólogo e antropólogo brasileiro, escreveu vários livros sobre a sociedade brasileira como Carnavais, malandros e herois, A Casa & a rua, universo do carnaval, além do ensaio em questão.
          Uma chave de leitura para o livro está em seu próprio título, na diferença entre brasil e Brasil. O brasil, refere-se a um tipo de madeira muito apreciada à época da colonização pelos portugueses, enquanto que Brasil refere-se a um povo e um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida que o constituem enquanto nação. É a este conceito que o autor faz alusão.
          Em seu aspecto de uma sociedade em meio a tantas outras, o limiar que transcende o socialmente correto e os valores pré-estabelecidos de algumas nações, para a capacidade de misturar e acasalar as coisas é o que dá margem à criatividade do brasileiro. Nessa ótica, no aspecto quantitativo, visto a partir das estatísticas demográficas e econômicas, o Brasil deixa a desejar; por outro lado, no aspecto qualitativo, a partir dos costumes, valores e modos de fazer as coisas, o Brasil revela-se como algo que vale a pena, encontrando aí a sua identidade social. Tomando essa identidade como ponto de partida, Roberto Damatta analisa algumas particularidades da cultura do brasileiro.
          A casa, muito além de um espaço geográfico, é um espaço moral de construção do brasileiro, em seu relacionamento não só entre familiares, mas também entre amigos, vizinhos, etc.. Ela é o lugar dos valores e tradições, o limiar entre um mundo interno (casa) e outro externo (rua): "[...] quando observamos que a casa contém todas essas dimensões, temos que nos dar conta de que vivemos numa sociedade onde casa e rua são mais que meros espaços geográficos. São modos de ler, explicar e falar do mundo" (p. 28). Diretamente oposta à casa, está a rua, lugar do "movimento", do trabalho e da labuta, da luta pela sobrevivência, já que é um oceano de maldade e insegurança. Consequentemente, de maneira intrigante, a concepção de "trabalho" é a de castigo (do latim, tripaliare, que significa castigar com o tripaliu). O passado de escravidão da história do Brasil é um forte quesito que alimenta essa imagem.
          As raças existentes no Brasil – branco, negro e índio – não seguiram a lógica dual das teorias racistas europeias e norte-americanas, de que os indivíduos deviam se relacionar em escala biológica e reprodutiva, apenas dentro de seu grupo. A miscigenação brasileira permitiu a eclosão de um grupo intermediário que o mulato (a palavra vem de mulo, ou seja, o animal ambíguo e híbrido, resultante do cruzamento de tipos genéticos diferentes) representa de modo mais evidente.
          Segundo o autor, nenhum outro prato representa de maneira tão clara o brasileiro como o feijão com arroz. Também aí somos intermediários: a mistura do sólido com o líquido e sempre cozidos. A mesa não é algo simplesmente para se alimentar, mas está imbuída de um tom relacional, já que é um espaço de convívio. Até mesmo o uso de palavras como "comer" ao se referir ao ato sexual, remete à ideia de absorção, englobamento, envolvimento total, explicitando o nível de prazer que se encontra nessa prática.
          A maior festa nacional, o carnaval, é o momento privilegiado de extravasamento. Ela é a oportunidade de viver os excessos encontrados naquilo que é oposto e contrário à rotina, sendo indispensável o tempo da alegria e irreverência. Com isso, promove um elo entre a casa, a rua e outro mundo. De forma contrária ao carnaval, os "ritos da ordem" – festas religiosas, comemorações civis e militares – visam celebrar a rotina. Tais formalidades são muitas vezes reveladoras de talentos e marcadas pela continência do corpo e do comportamento. Nelas, a posição que cada um ocupa – autoridade religiosa, política, civil ou militar e povo – está verticalmente circunscrita. São festas com locais de celebração definidos (igrejas, quarteis, etc..) e objetos simbólicos próprios, cuja boa realização depende diretamente do respeito às regras do protocolo.
          O ensaio de Roberto Damatta visa demonstrar, em parte, algumas atitudes comportamentais e costumes que tornam o povo brasileiro um sociedade singular e bem definida diante das demais. Não é objetivo do autor fazer um raio-x do Brasil e definí-lo em critérios fechados e errôneos, por serem limitados. Ao contrário, Damatta explora em cada capítulo a capacidade de síntese dos opostos, característica do povo do Brasil. O famoso "jeitinho brasileiro" é a expressão mais completa do gesto intermediário que busca conciliar entre o "pode" e o "não pode", uma forma de alcançar satisfatoriamente os desejos. Talvez seja o jeito leve e malandro de levar a vida que faça com que o brasileiro seja um povo admirado por todo o mundo.
 
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. 128 pgs.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Viagem ao Centro da Terra (Júlio Verne)

viagem ao centro da terra          Júlio Verne nasceu em Nantes, França, em 8 de fevereiro de 1829. Desde cedo se interessou pela literatura e, cumprindo a vontade do pai, estudou Direito mas nunca exerceu a profissão. Em um incidente durante uma festa, conheceu Alexandre Dumas, filho, o que significou para Verne o passo para uma carreira brilhante no Teatro Lírico de Dumas. Júlio Verne ficaria famoso por suas obras de viagens extraordinárias, dentre elas: Cinco Semanas em um Balão (1863), Viagem ao Centro da Terra (1864), Viagem ao Redor da Lua (1865), Vinte Mil Léguas Submarinas (1870), A Ilha Misteriosa (1874) e Volta ao Mundo em 80 Dias (1873). Nestas obras, Júlio Verne foi consagrado por antecipar invenções científicas que mais tarde revolucionariam o mundo como o submarino, o aqualung, o helicóptero, a televisão e as viagens espaciais. Na cidade francesa de Amiens, Verne foi condecorado com a Legião de Honra em 1892 e foi também lá que faleceu em 24 de março de 1905.
          Viagem ao Centro da Terra é mais uma aventura em que Júlio Verne busca extrapolar os limites conhecidos do planeta e adentrar até onde a ciência (principalmente em sua época, pleno século XIX) ainda não desbravara. Certo dia, o renomado geólogo alemão Otto Lidenbrock entra em sua casa em Hamburgo e começa a conversar com seu sobrinho Axel sobre um manuscrito antigo que havia comprado em um sebo e que muito o intrigara. A obra pertencia a Arne Saknussemm, um sábio alquimista islandês do século XVI que descobriu ser possível chegar ao centro do planeta, percorrendo o caminho de uma cratera do monte Sneffels, na Islândia. No manuscrito, o que mais chamava a atenção do professor eram os caracteres em rúnico, uma língua criada pelos sábios para dificultar a compreensão pelo mundo leigo. Seu sobrinho se demonstrou bastante cético diante da possibilidade, principalmente pelas diversas teorias que demonstravam a impossibilidade de tal expedição. No entanto, ao descobrir o significado da mensagem, Otto Lidenbrock e Axel partem rumo a uma viagem inesquecível, mesmo contra a vontade do sobrinho apaixonado pela noiva Grauben. No caminho se encontram com Hans, um caçador islandês, que os guiaria pelas montanhas.
          Com um estoque de mantimentos para alguns dias e instrumentos de precisão escolhidos pelo prof. Lidenbrock, os três aventureiros partem rumo ao centro do globo. Percorrendo as galerias de pedra, desvendam diversos mistérios e se maravilham ante as surpresas encerradas nas entranhas do planeta. A principal preocupação era com a teoria científica segundo a qual a temperatura da terra aumentaria à medida em que se avançaria rumo ao seu núcleo. No entanto, descobrem que o cientista Humphy Davy acertara ao contradizer tal teoria e que Arne Saknussemm de fato atingira o centro do globo, deixando lá a sua assinatura. Mas, apesar da jornada ter se mostrado incrivelmente reveladora, também mostrou que o desconhecido núcleo terrestre era habitado por criaturas nada amigáveis. Além do mais, como os aventureiros reencontrariam o caminho de volta à superfície?
          Júlio Verne, homem de seu tempo, com essa obra conseguiu dar asas a imaginação num convite à ciência de desvendar os mistérios das entranhas da terra, de forma que sua obra se tornou um dos grandes clássicos da literatura universal. Por isso, é compreensível a razão do autor ter sido chamado "o pai da ficção científica". Afinal muitas coisas que a ciência mais tarde provou serem possíveis, Júlio Verne já lhes havia atribuído existência no universo de fantasias dos seus livros.
 
VERNE, Júlio. Viagem ao Centro da Terra. São Paulo: Ática, 1993. 230 pgs.
 
Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2008:

domingo, 15 de janeiro de 2012

A Última Confissão (Morris West)

a ultima confissao          Morris West nasceu em Melburne (Austrália) em 1916. Depois de ter estudado nas Universidades de Melburne e Tasmânia, ensinou, durante sete anos, inglês, francês e história da Europa. Durante a Segunda Guerra Mundial esteve no Pacífico, até 1943, como membro das Forças Armadas Australianas. Dos vários romances que escreveu, estes cinco tornaram-no célebre: Filhos das Trevas, A Segunda Vitória, Toda a Verdade, Kundu e, sobretudo, O Advogado do Diabo, o romance de maior venda em todo o mundo. Os seus últimos livros, O Embaixador, As Sandálias do Pescador, Forca na Areia e Torre de Babel, obtiveram um enorme sucesso.
          Filipo Giordano Bruno, o Nolano, conforme fora denominado, era um monge da Ordem dos Frades Pregadores. Acusado de perverter a “divina ciência” da teologia, foi encarcerado por ordem da Congregação do Ofício da Santa Inquisição Romana e Universal. Durante sete anos na cadeia, onde suas únicas posses, além da esfarrapada roupa do corpo, eram três velas gastas, as quais deviam ser usadas sabiamente a fim de durarem, e algumas folhas de papel, onde passa a redigir sua “última confissão” no ano de 1600, vive um período de grande tensão, ante a inclemência do Tribunal Eclesiástico para com os acusados por heresia.
          Na companhia apenas de suas ideias, Giordano Bruno perpassa por toda a sua vida, buscando razões claras para compreender a rigidez da Igreja Institucional, na defesa da integridade de sua doutrina. Sua acusação estava no fato de ele ter dito que a divina ciência está toda em tudo, preenche tudo, difunde-se em tudo. Essa seria a vida das vidas e a alma das almas. Existiriam dois princípios ativos do movimento: um finito e movendo-se no tempo e outro infinito, que está na natureza da Alma do Mundo, na verdade da Divindade, que está em toda parte e em tudo. A isto se somava uma outra lista dos acusadores, segundo o qual Bruno teria atacado a doutrina cristã ao dizer que os milagres de Cristo eram truques mágicos, e também a Igreja, quando diz que os padres seriam asnos vendendo-se para outros asnos e a própria instituição corromperia a mensagem do Evangelho, na busca por converter os homens pelo medo e não pelo amor.
          A expulsão de Bruno de sua ordem, o fizera peregrinar pelo mundo na busca por ser manter. Nesta trajetória ele não exclui sua vida devassa nos diversos encontros que teve com as mulheres. Sempre fiel às suas ideias, procurava ganhar a vida com suas habilidades na arte mnemônica. Por fim, este mesmo talento é o que o conduziria ao cárcere, quando Messer Mocenigo, acreditando ser isto uma arte mágica que Bruno se recusava ensinar-lhe, decide entrega-lo a Inquisição.
          A firme sustentação de suas ideias foi o que levou Giordano Bruno a ser queimado na fogueira, no Campo dei Fiori, em Roma, a 17 de fevereiro de 1600. O parágrafo seguinte resume a sua vida e seu relato, em suas próprias palavras: “O que quero dizer, neste meu último testamento, é que sei quem sou, o que tenho sido e o que acreditam que eu seja: padre fracassado, monge fugitivo, mago com uma caixa de truques, fanfarrão, prevaricador, pseudoportador do archote, arrastando-se lentamente em sua própria escuridão, tagarela no diálogo, viperino no debate. Tudo isso! Mais, se puderem encontrar as palavras!” (p. 113). A morte na fogueira destroi a vida de Nolano, mas não a sua integridade como filósofo: “Havia em mim / aquilo que nenhum século futuro / negará: que não temi morrer, / que preferi uma morte corajosa a uma / vida não combatente” (p. 147).
          O romance “A Última Confissão” é uma reconstrução do personagem histórico Giordano Bruno, quatrocentos anos depois de sua morte. No entanto, trata-se de uma obra não acabada, já que Morris West faleceu enquanto terminava o livro. Mesmo assim, a profundidade com que o autor aborda, de forma fictícia, a vida do personagem, e seu acurado trabalho de pesquisa para dizer algo sobre ele, colocam esta obra como um best-seller consagrado de sua carreira literária. Um romance intrigante e envolvente de um personagem espirituoso e indagador. Um verdadeiro testamento, do homem que aceita pagar o preço de suas convicções.
 
WEST, Morris. A Última Confissão. Rio de Janeiro: Record, 2001. 256 pgs.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Batismo de Sangue: os dominicanos e a morte de Carlos Marighella (Frei Betto)

batismo de sangue"Nos dias primaveris, colherei flores
para meu jardim de saudade.
Assim, externarei a lembrança de um passado sombrio."
(Frei Tito de Alencar Lima)
 
          Neste livro de memórias, Frei Betto rompe o silêncio auto-imposto por doze anos, para narrar os acontecimentos vividos por ocasião da repressão militar pós-64. A participação dos dominicanos fora como uma batalha da violência pacífica contra a onipotência do poder militar. Uma trajetória de resistência silenciosa frente às mais atrozes torturas.
          A onda socialista irrompida no mundo também surgira no Brasil. O PCB (Partido Comunista do Brasil) - mais tarde, Partido Comunista Brasileiro (de 1961 em diante) - fora uma de suas alas e Carlos Marighella um militante e líder do partido. Segundo suas ideias, a frente em oposição à burguesia e a libertação do regime de ditadura deviam ser feitas com a luta armada revolucionária e não por meio da luta pacífica. Nesse ínterim, camponeses e proletariado deveriam se unir, uma vez que apenas movimentos de oposição surgidos espontaneamente não bastariam. Tais posturas, no entanto, discordavam das Teses do PCB. Assim, com a ida de Mariguella para a I Conferência da OLAS (Organização Latino-americana de Solidariedade) em 1967, a contragosto do PCB, deu-se sua expulsão e ruptura com o Comitê Central do partido. Marighella via a guerrilha como uma forma de derrubar por terra as forças opressoras. Apoiada externamente pelas lutas dos países socialistas e internamente por toda a área de apoio logístico, o fundamental era conscientizar o povo de que a guerrilha defendia seus interesses. Com isso, em 1968 surgia a Ação Libertadora Nacional (ALN), uma organização revolucionária de guerrilheiros, dirigida por Marighella.
          O DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) foi um órgão criado para a manutenção da ordem, sob a ótica de agir em defesa de princípios ocidentais, cristãos e democráticos. A tortura era algo institucionalizado e a "segurança nacional" o emblema que a justificava. Um dos maiores carrascos do DOPS de São Paulo, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, dedicava sua vida a caçar e torturar militantes da ALN, com o objetivo de encontrar Marighella no que ficou conhecido como "Operação Bata Branca", um esquema montado pela polícia para capturá-lo através dos dominicanos. O nome refere-se ao hábito que os religiosos usavam.
          Frei Betto ajudou muitos manifestantes procurados pelo DOPS a atravessarem a fronteira com o Uruguai. Com isso, os militares passaram a caçá-lo sob a acusação de disseminar ideias subversivas. Ele havia vivido um tempo como clandestino em São Paulo e Porto Alegre. As Irmãs de Jesus Crucificado deram-lhe abrigo por algum tempo. Em uma emboscada, foi pego mas, mesmo com os interrogatórios longos e exaustivos, escapou das torturas graças às relações que a Igreja vinha estabelecendo com os ditadores. Mais tarde, os padres Marcelo e Manuel, que o ajudaram a esconder, também foram capturados.
          Através das torturas praticadas contra Frei Fernando e Frei Ivo em novembro de 1969, o DOPS chegou ao convento dos dominicanos em São Paulo, prendendo vários outros religiosos, dentre eles Frei Tito de Alencar Lima. O episódio que culminou na morte de Carlos Marighella na noite de 4 de novembro de 1969, na Alameda Casa Branca, foi encoberto com uma versão da polícia, como sendo consequência de sua resistência armada à voz de prisão. Nessa versão, os freis Fernando e Ivo foram postos como traidores de Marighella e responsáveis pelo tiroteio que desencadeou na morte do líder revolucionário, da investigadora Estela Borges Morato e do alemão Friederich Adolf Rohmann. Marighella, que fora fuzilado na rua, foi colocado no carro onde estavam os freis para incriminá-los de traição. O Dr. Mário de Passos Simas foi o defensor dos religiosos no julgamento dos dias 13 e 14 de setembro de 1971.
          Na última parte de seu livro, Frei Betto apresenta o dossiê de Frei Tito de Alencar Lima: o religioso que se tornou símbolo internacional das vítimas de tortura no Brasil. Após ser libertado como preço de um resgate de uma lista de setenta presos políticos em dezembro de 1971, decorrente do sequestro do embaixador suíço, Giovanni Enrico Bücher, mesmo que contrariado, Frei Tito foi para Santiago do Chile e depois para Paris. Em L´Arbresle, no convento de Saint Jacques, começou a ter alucinações, perturbado pela constante presença psíquica do delegado Fleury. Em um dia repleto de tarefas, Tito ingeriu um tubo de Valium, em uma segunda tentativa de suicídio (a primeira foi na prisão, após ter cortado a prega do cotovelo com uma lâmina). Frei Tito acreditava que sua morte poderia abrandar a prática de tortura no Brasil. Na ocasião da visita de sua irmã no Natal de 1973, Nildes teve a impressão de o estar vendo vivo pela última vez. Frei Tito foi encontrado pendendo sob a copa de um álamo em 10 de agosto de 1974.
          Em Batismo de Sangue a veracidade com que o autor narra as atrocidades cometidas pela repressão suscita revolta e indignação. É o relato de quem presenciou e viveu dias e noites sombrias nas catacumbas do DOPS. Acima de tudo, é o testemunho de uma práxis cristã viva e encarnada, próxima do que viveu Jesus: humilhação, desonra, ódio, tortura e repressão. A postura dos religiosos dominicanos reflete da maneira mais concreta o padecimento em prol da garantia dos direitos à liberdade e democracia.
 
BETTO, Frei. Batismo de Sangue: os dominicanos e a morte de Carlos Marighella. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986. 8ª ed. 284 pgs.
 
Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2007: