quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Como fazer amigos (Don Gabor)



            Viver em sociedade requer o domínio de uma boa comunicação nos diversos ambientes em que os indivíduos se envolvem: escola, trabalho, lazer, família, círculos e grupos sociais. Contudo, nem sempre é fácil estabelecer diálogos de maneira natural, principalmente em situações as quais o contato com estranhos requer graus de afinidade mais elevados. Esse livro traz uma análise dessas situações cotidianas e oferece algumas dicas para melhorar o contato e a comunicação nas mais variadas situações.
            Aqueles que desejam melhorar a comunicação devem estar atentos logo no primeiro contato com a outra pessoa. É necessário abrir os canais de comunicação mantendo uma postura receptiva ao iniciar um diálogo. O primeiro passo para iniciar esse contato é mostrar-se aberto ao encontro e fazer contato visual, comportando-se de maneira descontraída e aberta. Tal postura fará com que o interlocutor sinta-se a vontade para compartilhar experiências e romperá as barreiras iniciais que são criadas ao deparar-se com um estranho. O passo seguinte deve procurar elementos que revelem as afinidades entre os interlocutores. Essa busca pode ser facilitada por meio de perguntas formais que visem conhecer melhor o outro, mas sem parecer demasiadamente invasivo em relação à intimidade da pessoa. A colheita das informações por meio dessas perguntas permitirá que os interlocutores descubram características afins – opiniões, gostos, preferências, pontos de interesse, lugares, etc. – que permitirão estender o diálogo e conhecer um pouco mais sobre a alteridade de cada um de uma maneira recíproca.
            Embora as condições favoráveis dependam diretamente do perfil psicológico dos indivíduos envolvidos, é certo que na maioria dos casos as pessoas estão abertas a conversas que não as exponham demais ou ponham em risco sua imagem. Portanto, a proposta apresentada pelo autor desse livro é esmiuçar os diversos fatores que interferem diretamente em um bom diálogo e proporcionar a quebra de paradigmas pré-definidos que na maioria das vezes limitam e impõem barreiras à comunicação. Talvez um dos principais seja a imagem que o próprio indivíduo formula de si mesmo e do outro. Desse modo, quem busca estabelecer diálogos deve procurar vencer o medo de se expor, o receio diante da reação do outro e os estereótipos que a falta de conhecimento e intimidade criam. Somente lapidando esses “pré-conceitos” os canais comunicativos estarão plenamente abertos.
            Enfim, os passos iniciais convergem para algo mais elementar que é a amizade. Grandes amigos são pessoas capazes de se relacionar da maneira mais plena e que dominam perfeitamente os mecanismos de uma boa comunicação. A amizade envolve comprometimento em ser capaz de compreender o outro em seu espaço existencial fazendo com que pessoas diferentes consigam se apoiar mutuamente, compartilhando suas vidas e as experiências vividas. Ao contrário do que muitos pensam, a amizade não é fruto do passar do tempo e sim do nível de comprometimento que os amigos obtiveram na comunicação.
            As dicas apresentadas não fogem ao vasto gênero autoajuda com suas milhares de receitas prontas. Contudo, o conteúdo da obra é extremamente pertinente para que os contatos sociais se tornem cada vez mais qualitativos. Certamente aqueles que souberem aproveitar as dicas desse livro em seus encontros casuais não se decepcionarão com a melhoria que vão experimentar nos mais variados tipos de relacionamentos.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:   Como fazer amigos
Autoria: Don Gabor
Editora: Nobel
Ano:      1998
Local:    São Paulo
Edição:  1ª
Gênero: Autoajuda | Motivação | Comportamento | Psicologia

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

The Walking Dead: nascidos para sofrer (v.8) (Robert Kirkman)



A edição anterior - Momentos de Calmaria - terminou com uma imagem chocante do Governador ordenando um ataque maciço à prisão. Desse modo, saciando as inúmeras perguntas que os leitores estariam fazendo a respeito de como foi possível que ele sobrevivesse, essa edição começa com um flashback dos fatos que sucederam ao encontro do Governador desfalecido e mutilado, passando por sua recuperação, seu discurso vigoroso em Woodbury e a organização de uma frente de retaliação contra Rick e seu grupo. Os fatos elencam-se àqueles narrados no volume anterior quando os capangas de Woodbury ouvem uma explosão na Estação da Guarda Nacional e, ao checarem, deparam-se com seus companheiros mortos. O que sucede após isso é aquilo que foi narrado nos volumes da edição anterior.
Tentando dar mostras de misericórdia – uma ironia no caso desse sujeito -, Philip Blake (Governador) oferece ao grupo de Rick a possibilidade de rendição. Tal estratégia na verdade era uma tentativa de eliminar mais facilmente aquelas pessoas, sem causar danos à estrutura do prédio que, em meio ao crescente número de errantes, era o local mais seguro nas imediações de Atlanta. Muito embora estivessem em número e poder de fogo bastante reduzido em relação ao grupo do Governador, Rick decide fazer resistência àquele sádico, mesmo sabendo do que ele era capaz para alcançar seus intentos. Incrivelmente eles conseguem afugentá-los, ainda que temporariamente.
Mesmo com o ataque incisivo, o grupo de Woodbury sofreu baixas significativas que forçaram um recuo emergencial. Quanto ao grupo da prisão, Andrea e Axel foram baleados com menor gravidade e Rick fora atingido, exigindo maior atenção. O receio por um novo ataque faz com que Andrea, Dale, Glenn e Maggie fujam levando as crianças (exceto Judith e Carl). Por outro lado, Michonne e Tyreese decidem seguir a força ofensiva pela mata, a fim de causar alguns estragos nos sobreviventes. A iniciativa não obtém o efeito esperado... O resultado é uma arma secreta do Governador, que captura Tyreese e o coloca Tyreese como refém, testando mais uma vez o poder decisório de Rick, frente a situações de extrema pressão psicológica. O plano termina com a morte de Tyreese e o início de uma carnificina sem precedentes onde morrem diversos personagens importantes: Axel, Patrícia, Billy, Alice, Lori, Hershell, Judith e, finalmente... o Governador. Desse modo, finaliza de vez a longa estadia dos sobreviventes naquele presídio, com uma nova separação do grupo.
Um ponto importante já no início desse volume é o cruzamento entre a história em quadrinhos e a franquia de livros da série The Walking Dead escrita por Robert Kirkman em parceria com Jay Bonansinga. Como Alice e o Dr. Stevens haviam fugido, o único habitante de Woodbury que possuía conhecimentos médicos suficientes para tratar as múltiplas feridas do Governador era o bêbado Bob Stookey, já que havia servido no exército norte-americano, ainda que por curto prazo. Esse personagem está presente no segundo volume da série “O Caminho para Woodbury”. A autora do disparo que eliminou de vez o Governador, Lily, também tem sua história contada nesse livro e no seguinte “A Queda do Governador – Parte Um”

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Walking Dead, The
Subtítulo: nascidos para sofrer (v.8)
Autoria:    Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora:    HQM Editora
Ano:         2012
Local:       São Paulo
Série:       Mortos-vivos, Os - Volume VIII 
Gênero:    Zumbi | Suspense | História em quadrinhos

Confira um trecho da série lançada pela AMC:

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Como se defender de ataques verbais (Barbara Berckhan)



            Não importa a situação em que estejamos inseridos, todos os dias estamos sujeitos a respostas desagradáveis que, por si só, já possuem um elevado potencial de causarem conflitos. Contudo, uma postura de confronto pode ser facilmente evitada por meio de técnicas que visem dar um basta na situação sem, no entanto, alimentar brigas e desavenças que culminem num diálogo de respostas ríspidas e desafetuosas.
            A autora trata desse momento importante da comunicação a que todas as pessoas estão sujeitas. Para responder a um comentário provocativo é importante se armar de um "escudo protetor" (que pode ser uma espécie de mantra mental), autoconfiança e conhecer algumas "técnicas de primeiros socorros" úteis em qualquer dessas situações. Tais técnicas perpassam por três posturas incisivas e inteiramente eficazes: 1ª) ficar calado e ignorar; 2ª) responder mudando de assunto; 3º) interromper com uma resposta breve e cortante. A partir dessas formas de reação, Barbara explicita algumas situações hipotéticas para frear ataques verbais desagradáveis.
            Uma "resposta desintoxicante" é eficaz na maioria dos casos. Trata-se de devolver a ofensa em forma de uma pergunta que faça com que o agressor se explique, de forma que ele fique em uma situação constrangedora para si mesmo. É importante também fazer uma análise do estado de espírito do agressor e expressar essas impressões para ele, o que poderá levá-lo a uma reflexão sobre suas atitudes. Contudo, há situações em que o interlocutor se encontra fora de seu normal, como quando está bêbado, irado ou fora de si, quando é preferível não alimentar o diálogo e esperar que ele se acalme. Ademais, é sempre importe expressar que ele o está ofendendo e deve pedir desculpas. Deixar claro o mau comportamento do outro também é demonstrar autoridade.
            As dicas propostas pela autora são fruto de anos de estudo sobre o comportamento das pessoas, enriquecidas pelos diversos seminários que ministrou, bem como por sua própria experiência cotidiana. Ela se baseia na filosofia milenar do aikido, que prega a reação harmoniosa e pacífica onde o praticante deve aprender a defender-se a partir do ataque do agressor. Algumas técnicas são: responder com gestos e expressões faciais, desviar, respostas monossilábicas, lisonjear excessivamente o oponente, falar claramente, responder com provérbios inadequados, aprovar firmemente, definir as regras, etc.. Nem sempre uma regra será aplicável a todas as situações, mas o que é mais importante, segundo a autora, é esboçar uma reação diante do comentário, a fim de que o atacante não se sinta à vontade para novas investidas, principalmente quando for inevitável encontrar-se novamente com ele. Algumas dicas são hilariantes pela reação que podem provocar ou mesmo pela situação embaraçosa que o atacante irá experimentar. Uma espécie de xeque-mate das relações interpessoais.
            Longe de ser mais um título de autoajuda, com suas fórmulas prontas e vastos depoimentos de pessoas felizes com a conversão que experimentaram em suas vidas, esse livro simples, direto e lúdico visa esmiuçar possíveis reações para situações constrangedoras e tensas que todo ser humano corre o risco de experimentar. Ao final, a autora apresenta alguns ficheiros básicos para que o leitor possa simular situações de ataques verbais e treinar as técnicas propostas. Enfim, a obra não incentiva o confronto e a desavença entre as pessoas. Por outro lado, ensina a delimitar o próprio espaço nas relações interpessoais evitando que "o tempo fechado" de outras pessoas quebre a paz e a harmonia que todos desejam cultivar.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:   Como se defender de ataques verbais
Autoria: Barbara Berckhan
Editora: Sextante
Ano:      2011
Local:    Rio de Janeiro
Gênero: Autoajuda | Comportamento | Psicologia