Viver em sociedade requer o domínio
de uma boa comunicação nos diversos ambientes em que os indivíduos se envolvem:
escola, trabalho, lazer, família, círculos e grupos sociais. Contudo, nem
sempre é fácil estabelecer diálogos de maneira natural, principalmente em
situações as quais o contato com estranhos requer graus de afinidade mais
elevados. Esse livro traz uma análise dessas situações cotidianas e oferece algumas
dicas para melhorar o contato e a comunicação nas mais variadas situações.
Aqueles que desejam melhorar a
comunicação devem estar atentos logo no primeiro contato com a outra pessoa. É
necessário abrir os canais de comunicação mantendo uma postura receptiva ao
iniciar um diálogo. O primeiro passo para iniciar esse contato é mostrar-se
aberto ao encontro e fazer contato visual, comportando-se de maneira
descontraída e aberta. Tal postura fará com que o interlocutor sinta-se a
vontade para compartilhar experiências e romperá as barreiras iniciais que são
criadas ao deparar-se com um estranho. O passo seguinte deve procurar elementos
que revelem as afinidades entre os interlocutores. Essa busca pode ser
facilitada por meio de perguntas formais que visem conhecer melhor o outro, mas
sem parecer demasiadamente invasivo em relação à intimidade da pessoa. A
colheita das informações por meio dessas perguntas permitirá que os
interlocutores descubram características afins – opiniões, gostos,
preferências, pontos de interesse, lugares, etc. – que permitirão estender o
diálogo e conhecer um pouco mais sobre a alteridade de cada um de uma maneira
recíproca.
Embora as condições favoráveis
dependam diretamente do perfil psicológico dos indivíduos envolvidos, é certo
que na maioria dos casos as pessoas estão abertas a conversas que não as
exponham demais ou ponham em risco sua imagem. Portanto, a proposta apresentada
pelo autor desse livro é esmiuçar os diversos fatores que interferem
diretamente em um bom diálogo e proporcionar a quebra de paradigmas
pré-definidos que na maioria das vezes limitam e impõem barreiras à
comunicação. Talvez um dos principais seja a imagem que o próprio indivíduo
formula de si mesmo e do outro. Desse modo, quem busca estabelecer diálogos deve
procurar vencer o medo de se expor, o receio diante da reação do outro e os
estereótipos que a falta de conhecimento e intimidade criam. Somente lapidando
esses “pré-conceitos” os canais comunicativos estarão plenamente abertos.
Enfim, os passos iniciais convergem
para algo mais elementar que é a amizade. Grandes amigos são pessoas capazes de
se relacionar da maneira mais plena e que dominam perfeitamente os mecanismos
de uma boa comunicação. A amizade envolve comprometimento em ser capaz de
compreender o outro em seu espaço existencial fazendo com que pessoas
diferentes consigam se apoiar mutuamente, compartilhando suas vidas e as
experiências vividas. Ao contrário do que muitos pensam, a amizade não é fruto
do passar do tempo e sim do nível de comprometimento que os amigos obtiveram na
comunicação.
As dicas apresentadas não fogem ao
vasto gênero autoajuda com suas milhares de receitas prontas. Contudo, o
conteúdo da obra é extremamente pertinente para que os contatos sociais se
tornem cada vez mais qualitativos. Certamente aqueles que souberem aproveitar
as dicas desse livro em seus encontros casuais não se decepcionarão com a
melhoria que vão experimentar nos mais variados tipos de relacionamentos.
REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título: Como fazer amigos
Autoria: Don Gabor
Editora: Nobel
Ano: 1998
Local: São Paulo
Edição: 1ª
Gênero: Autoajuda | Motivação | Comportamento | Psicologia